Safra baiana de grãos cresce pela primeira vez este ano

O algodão também aumentou, ao contrário da soja e da banana

  • D
  • Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2018 às 12:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arquivo CORREIO

Pela primeira vez em 2018, a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas registrou um aumento em relação ao ano anterior. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e representam um crescimento de 0,1% em relação à safra de grãos do ano passado.

Enquanto em 2017 a produção foi de 8.078.077 toneladas, este ano passou para 8.090.127 toneladas. Só para dar uma ideia, em março, a previsão era de uma safra 0,8% menor em 2018. As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE.

O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.

Só a Bahia deve ser responsável por 3,5% da produção nacional de grãos em 2018, estimada em 230,0 milhões de toneladas. O percentual é 4,4% inferior à obtida em 2017 (240,6 milhões de toneladas). O principal produtor de grãos do país é o estado do Mato Grosso, com uma participação de 25,4% em 2018, seguido pelo Paraná (16,9%) e pelo Rio Grande do Sul (14,1%).

Algodão e soja Um dos destaques da safra baiana foi justamente a produção de algodão, que cresceu 2,8%, numa produção estimada em 1,1 milhão de toneladas. Isso significa dizer que o crescimento foi 22,1% a mais do que no ano passado. Com esse resultado, a safra baiana de algodão deve aumentar a participação na produção nacional de 21,7% em 2017 para 22,8% neste ano.

A Bahia é o segundo maior produtor de algodão do país. A quarta estimativa da produção nacional de algodão alcançou 4,4 milhões de toneladas, 0,8% maior que a previsão de março, resultado do aumento (0,2%) da área plantada/ a ser colhida. Ao todo, deve ser plantada uma área de 1,1 milhão de hectares de algodão no Brasil.

A soja, por outro lado, deve ter uma produção menor do que no ano passado. A estimativa é que safra baiana de soja em 2018 (5,088 milhões de toneladas) seja 0,9% inferior à de 2017 (5,136 milhões de toneladas). Mesmo assim, o estado deve continuar como sexto principal produtor do grão no país, com participação de 4,6%.

Segundo maior produtor de cacau O cacau também deve crescer este ano. A produção de abril está estimada em 103,2 mil toneladas de cacau na Bahia, aumento de 19,4% em relação ao mês anterior e de 23,1% frente a 2017. O crescimento se deve a uma previsão de aumento de 33,1% no rendimento médio, entre março e abril (de 180 kg/ha para 240 kg/ha), embora a área a ser colhida tenha recuado 10,4%.

Esse crescimento favorece o aumento da produção nacional de cacau, que deve ser 8,3% maior do que 2017 e 7,6% superior ao estimado em março. Além disso, reduz a distância do principal estado produtor de cacau, o Pará, cuja participação na safra do produto deve ser de 49,5% (114,8 mil toneladas), diante dos 44,5% da Bahia.

O cacau foi beneficiado pelas boas expectativas diante do clima na região cacaueira em 2018.

Banana prejudicada Já a banana terá uma queda de 17,4% em abril, reduzindo a participação do estado na produção nacional de 14,9% em 2017 para 13,0% em 2018. O resultado vem logo após um aumento de 3,2% da safra em março. Ainda assim, a Bahia deve permanecer como segundo maior produtor da fruta no país, com 912 mil toneladas. A produção de banana teve redução no estado (Foto: Codevasf/Divulgação) Segundo o IBGE, os resultados vieram em função da estiagem prolongada, de forma que alguns projetos de irrigação deixaram de produzir por limitação no fornecimento de água. A estiagem vem comprometendo também o rendimento médio da banana na Bahia.

Ao todo, das 26 safras de produtos investigadas pelo LSPA na Bahia, 12 devem ter crescimento neste ano, em relação a 2017. As produções com previsão de maior crescimento, em termos absolutos, no estado são as de cana-de-açúcar (+1,449 milhão de toneladas), algodão (+184.264 toneladas) e milho 1ª safra (+97.260 toneladas).