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Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2022 às 17:25
- Atualizado há 2 anos
Em janeiro de 2019, eu estive pela última vez em Detroit para o Salão do Automóvel. Naquela época, o Naias, sigla em inglês para North America International Auto Show, aconteceria pela última vez no rigoroso inverno do norte dos Estados Unidos. A edição seguinte estava marcada para acontecer em julho de 2020. Mas veio a pandemia e tudo mudou.>
Enfim, neste ano, o show voltou. A região metropolitana de Detroit é o berço da indústria automotiva americana, onde surgiu empresas como Chrysler, Dodge, Ford e General Motors, por exemplo. E esses foram os principais anfitriões da mostra de automóveis na mais populosa região de Michigan.>
A Stellantis, conglomerado que surgiu da fusão da FCA com a PSA, tem o maior estande do evento que finaliza neste domingo. De uma ponta a outra do Huntington Place, estão expostos veículos da Alfa Romeo, Chrysler, Dodge, Fiat, Jeep e Ram. Confira em vídeo a cobertura do Salão do Automóvel de Detroit Mas o salão foi além das exposições. A interação foi o destaque. No espaço da Stellantis, por exemplo, é possível vivenciar experiências inusitadas, como subir escadas a bordo de um Jeep Wrangler híbrido ou fazer manobras com uma das picapes da Ram.>
E o evento não se resumiu apenas a um lugar. Nos arredores do Huntington Place foram montadas outras arenas com mais atrações automotivas que vão além dos tradicionais lançamentos. Uma delas destacou os big foots, carros com rodas enormes e que fazem manobras radicais. Há também espaço para palestras e um local especial para startups.>
Prestígio na abertura Na prévia para a imprensa, quando o CORREIO foi o único veículo de imprensa brasileira presente, a presença ilustre foi Joe Biden, presidente dos EUA. “Acredito que possamos retomar e ser o futuro da indústria automotiva no mundo. Nós somos a América e não há nada que não possamos fazer se trabalharmos juntos”, discursou o chefe do executivo. O presidente Joe Biden anunciou investimentos em elétricos (Foto: Naias) Biden anunciou a aprovação dos primeiros US$ 900 milhões em financiamento para construção de estações de recarga de veículos elétricos em 35 Estados como parte de uma legislação de US$ 1 trilhão aprovada em novembro.>
Até 2030, Biden quer que metade de todos os novos veículos vendidos sejam elétricos ou híbridos plug-in. Além disso, espera a instalação de 500 mil novas estações de recarga. A Dodge brilhou com o conceito elétrico do Charger (Foto: NewsPress) O governo americano também diz estar contribuindo para eletrificar sua frota. De acordo com a Casa Branca, em 2020 menos de 1% das novas aquisições foram de veículos elétricos e isso mais que dobrou ano passado. Neste ano, até agosto, já foram adquiridos cinco vezes mais carros deste tipo do que durante todo o ano passado.>
American way A eletrificação nos EUA é curiosa. Fãs de motores de grandes capacidades cúbicas e muitos cilindros, os americanos não admiram carros pequenos. Prova disso é que o híbrido plug-in, modelo que além de regenerar energia pode ser carregado na tomada, mais vendido é um Wrangler.>
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No primeiro semestre deste ano, a Jeep vendeu nesta configuração mais que o dobro do que o Toyota RAV4 com a mesma tecnologia. E não estamos falando de um veículo barato, o Wrangler 4xe custa inicialmente US$ 54.595 - o equivalente a R$ 282.518. O convencional, somente a gasolina, tem preço inicial de US$ 29.995 (R$ 155.188). Ou seja, a eletrificação para os americanos vai acontecendo sem que a essência do seu desejo automotivo seja perdida.>
O fabricante não perdeu tempo e lançou mais uma versão 4xe para seu modelo mais icônico, a aguardada versão Willys. Com essa tecnologia, o Wrangler roda quase 80 quilômetros em modo elétrico. A Jeep ainda apresentou uma versão comemorativa de 30 anos para o seu próximo lançamento no mercado brasileiro, o Grand Cherokee. O SUV voltará híbrido plug-in ao país, como já acontece com o Compass.>
*O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA STELLANTIS>