Sandro Magalhães: “É preciso mostrar a mineração como ela realmente é”

Eleito Personalidade do Ano no Prêmio CBPM de Mineração, o executivo da Yamana Gold fala sobre o reconhecimento, projetos da companhia e planos para 2022

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  • Murilo Gitel

Publicado em 27 de dezembro de 2021 às 06:00

- Atualizado há 10 meses

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Um líder nato. Assim pode ser definido o vice-presidente de Operações Brasil & Argentina da JMC Yamana Gold, Sandro Magalhães. Eleito neste mês como Personalidade do Ano no Prêmio CBPM de Mineração, por meio de votação aberta, o executivo concedeu entrevista ao CORREIO, onde fala do reconhecimento, dos principais projetos da companhia e de como o setor deverá se comportar em 2022.  

CORREIO: A quais fatores o senhor atribui essa conquista recente da Yamana Gold? Sandro Magalhães: Tratar as pessoas e o meio ambiente com cuidado e operar de forma sustentável é um dos valores essenciais para a Yamana Gold. Garantimos que as comunidades próximas às nossas operações compartilhem de nosso sucesso, por meio de empregos diretos e indiretos, geração de renda para o município e Estado, desenvolvimento humano e mantendo também os investimentos necessários à perenidade do negócio.

Dentro do nosso portfólio de ações voltadas ao ESG, podemos destacar ações que vão desde a melhoria da qualidade de vida das comunidades vizinhas, a exemplo da reforma estrutural de casas e pavimentação asfáltica, à programa de inclusão digital através da disponibilização de internet para estas comunidades.

As ações socioambientais realizadas nas comunidades onde estamos inseridos e os excelentes resultados de produção e operação a baixo custo, contribuindo para a economia local e do Estado, sem sombra de dúvidas foram os principais fatores responsáveis pelos 55% dos votos que posicionaram a Yamana Gold como a empresa do ano pelo Prêmio CBPM. 

Nesta terceira edição do Prêmio, o senhor foi escolhido por meio de votação aberta (40% dos votos) como a Personalidade do Ano. De que forma recebeu a notícia deste reconhecimento? Foi motivo de muita alegria e orgulho, porque é o reconhecimento não só de minha dedicação pessoal, mas, principalmente, por estar representando o trabalho de uma grande equipe formada por pessoas igualmente dedicadas e apaixonadas pelo que fazem, pela mineração e sua contribuição socioambiental e econômica.   Ninguém faz nada sozinho e tampouco o sucesso é imediato. Acredito que este reconhecimento é um resultado que foi construído através das mãos de cada colaborador de nossa empresa, pois, por melhor que seja o maestro, sem bons músicos a orquestra não irá produzir uma boa música, e vice-versa.

Este é nosso papel como líder: trabalhar no estratégico, dar a direção e apoio para que as pessoas possam mostrar o seu melhor lado e proporcionar um ambiente adequado ao trabalho em equipe, sobretudo inspirá-las a se desafiar e se reinventar a todo momento diante dos desafios. Desta forma, todos nós crescemos juntos.            Mesmo em um cenário de pandemia, o setor da mineração seguiu em franco desenvolvimento, especialmente na Bahia. Como isso foi possível?

A Bahia é um estado “amigável” em relação ao setor da mineração. Possui mais de 40 tipos de minérios e é o estado com maior informação geológica mapeada do Brasil. Além disso, o setor da mineração tem muito apoio do governo através da SDE [Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico] e CBPM, além de ter órgãos reguladores e entidades representativas do setor atuantes no sentido de garantir todo apoio necessário e a adequada execução da atividade, citando como exemplo a ANM [Agência Nacional da Mineração], Inema, MP [Ministério Público] e a Fieb [Federação das Indústrias do Estado da Bahia], da qual também faço parte do Conselho de Sustentabilidade.

Todos estes atores trabalhando em prol do desenvolvimento do estado têm proporcionado um ambiente favorável e encorajador para que as empresas possam seguir com seus investimentos e estratégias de expansão dos negócios no estado.

Como o senhor compreende a importância da Yamana Gold para o desenvolvimento sustentável de Jacobina, que é uma das cidades líderes na arrecadação da Cfem?

Reconhecemos que nossa responsabilidade como empresa vai além daquelas exigidas por lei. O ESG está completamente inserido no nosso modelo de negócio, não é apenas uma parte complementar dele. Então, seguindo este conceito, uma das principais estratégias para as operações da Yamana Gold é garantir que o ambiente próximo às nossas operações se torne melhor do que o encontramos e as nossas ações têm como principal foco desenvolver as comunidades para que estas estejam bem posicionadas a fim de prosperarem.   Correspondemos a aproximadamente 1/3 do PIB da cidade e 93,35% de nossos colaboradores são de Jacobina e região, com mais de 90% dos salários pagos sendo utilizados nessas localidades. Além de estarmos posicionados entre as três maiores mineradoras pagadoras de Cfem do estado, podemos citar ainda o desenvolvimento do comércio de Jacobina através das compras locais e o desenvolvimento também de novos fornecedores e prestadores locais.

Quais são as perspectivas da Yamana Gold para a Bahia em 2022?

Para o próximo ano temos muitos projetos que iremos conduzir com foco em dar continuidade ao crescimento do negócio através de vários projetos estratégicos, como, por exemplo, o avanço da fase 2 do projeto de expansão da planta de Jacobina, o que vai resultar em um aumento de toneladas processadas na planta e, proporcionalmente, o aumento de produção nas minas também.

Em relação às estratégias de ESG, os diversos programas de apoio às comunidades e voltados para as questões ambientais terão continuidade, sempre buscando engajamento juntamente aos principais stakeholders, através de uma gestão transparente e participativa. Proporcionar o desenvolvimento das comunidades as quais estamos inseridos é um valor para Yamana Gold.            Quais são os principais desafios que devem ser superados para que a mineração cresça ainda mais no estado?

Eu acredito que os desafios para a mineração na Bahia em 2022 serão basicamente os mesmos desafios que terão a industrial mineral mundial, uma vez que os fatores geopolíticos, os possíveis cenários econômicos e as tendências de mercado estão inteiramente relacionados aos riscos para os negócios em escala global, a exemplo das variações dos preços das commodities, crescente custo de produção e incertezas. É preciso mostrar a mineração como ela realmente é: responsável, essencial, geradora de desenvolvimento econômico e humano e, principalmente, sustentável. Precisamos nos posicionar estrategicamente preparados para mitigar os riscos, mas, acima de tudo, nos manter otimistas.

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