Segundo turno: onze estados elegem aliados de Bolsonaro

Apenas dois adversários do novo presidente venceram ontem

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 05:51

- Atualizado há um ano

O posicionamento político em relação ao presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), foi decisivo para as definições nos 14 estados onde foram realizadas eleições em segundo turno. Onze dos eleitos ontem, quase 80% do total, declararam apoio ao capital da reserva do Exército. Outros dois adotaram posturas de neutralidade em relação à disputa presidencial e apenas dois dos eleitos se posicionaram contra o então candidato do PSL. 

E falando no partido de Bolsonaro, o PSL elegeu três governadores nesse segundo turno. Foi o mesmo número registrado pelo PSDB. O MDB conquistou dois estados. Fizeram um governador, cada, o PDT, PSC, PT, PSC e PSD, além do Novo, que venceu a primeira disputa eleitoral em um estado. 

Ao todo, contando-se os eleitos em primeiro e segundo turno, o presidente  contará com o apoio dos governadores de 14 das 24 unidades da Federação. 

Os candidatos alinhados a Jair Bolsonaro saíram vitoriosos nos estados do Amapá, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Minas Gerais,  Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal. No Pará, os dois candidatos ficaram neutros. 

Em Sergipe e no Rio Grande do Norte, os governadores eleitos apoiaram o petista Fernando Haddad (PT), adversário de Bolsonaro. Os dois estados são da região Nordeste, a única do país onde o candidato do PT vinha liderando as pesquisas de intenção de votos.

Salto do PSL Contado sempre entre os partidos nanicos, o PSL confirmou na disputa do segundo turno nos estados o crescimento que já tinha demonstrado nas eleições para o Congresso Nacional. No primeiro turno, o partido de Bolsonaro elegeu quatro senadores e 52 deputados federais. 

Agora, impulsionado pelo desempenho eleitoral do presidente eleito, o partido foi o escolhido para comandar os três estados onde participou da disputa em segundo turno. Em Santa Catarina, o Comandante Moisés venceu, com 71% dos votos válidos, a disputa contra Gelson Merísio (PSD), que obteve 29% dos votos. Por lá, o candidato derrotado também apoiava Jair Bolsonaro. 

Em Rondônia e Roraima – ambos na região Norte, onde Bolsonaro vinha liderando com folga as pesquisas de intenção de votos, os candidatos do PSL derrotaram adversários do PSDB.  O Coronel Marcos Rocha venceu a disputa pelo governo de Rondônia, com 66% das intenções de votos, contra Expedito Junior, que registrou 34%. Em Roraima, Antonio Denarium obteve 53% dos votos na disputa contra Anchieta (47%). 

A maior vantagem de um candidato aliado de Jair Bolsonaro no segundo turno foi registrada em Minas Gerais. Por lá, o governador eleito Romeu Zema (Novo) alcançou 72% dos votos, na disputa contra o senador e ex-governador mineiro Antonio Anastasia (PSDB), que amargou uma derrota por 44 pontos percentuais de diferença. 

Apesar de ser filiado a um partido que tinha outro candidato à Presidência da República no primeiro turno, Zema não esperou pelo segundo turno para apoiar Bolsonaro. Apesar de o Novo ter lançado a candidatura de João Amoedo, Zema declarou voto no capitão do Exército na reta final do primeiro turno. 

Outra vantagem significativa de um apoiador de Bolsonaro foi registrada no Distrito Federal. Lá, Ibaneis Rocha (MDB) alcançou 70% dos votos.

O governador eleito do Rio Grande do Sul resistiu mais à onda Bolsonaro. Só declarou voto no deputado após o presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, sair da disputa ao Planalto.  “Eu declarei o voto no Bolsonaro e não deixei de fazer as ressalvas e as críticas aos pontos que eu acho que merecem ressalva, especialmente no que diz respeito à convivência pacífica entre as pessoas”, disse Leite. 

Primeiro turno No primeiro turno, foram eleitos treze governadores, o que já tinha mexido com a configuração do mapa político nacional.  Sete governadores foram reeleitos no primeiro turno, seis deles no Nordeste.  Entre os partidos tradicionais, o MDB teve seu pior desempenho desde 1986. Agora governará Alagoas (Renan Filho), Pará e Distrito Federal. O DEM levou no primeiro turno Goiás, com Ronaldo Caiado, e Mato Grosso, com Mauro Mendes. 

O PSDB, que saiu das eleições de 2014 vitorioso em cinco estados, desta vez venceu no Mato Grosso do Sul (MS), Reinaldo Azambuja, Rio Grande do Sul, com Eduardo Leite, e São Paulo, com João Doria.