Sem máscaras, 36 pessoas são barradas na Estação da Lapa

Barreiras foram instaladas no local e também nas estações Pirajá, Acesso Norte e Mussurunga

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  • Bruno Wendel

Publicado em 29 de abril de 2020 às 16:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Bruno Wendel/CORREIO

Trinta e seis pessoas até tentaram, mas acabaram barrados. No primeiro dia em que o uso de máscara foi condição para ter acesso às plataformas de ônibus de Salvador, nesta quarta-feira (28), 36 pessoas sem a proteção facial foram abordadas pela prefeitura quando tentavam pegar ônibus e metrô na Estação da Lapa, principal terminal de transbordo de Salvador. A obrigatoriedade da máscara faz parte de um dos decretos municipais para coibir o avanço da pandemia do novo coronavírus. 

Por isso, desde a semana passada, a prefeitura vem distribuindo máscaras gratuitamente em estações. Nesta quarta-feira (29), outro meio de transporte foi palco da entrega das máscaras: o Plano Inclinado da Liberdade-Calçada (Pilc). Na ação, três pessoas foram abordadas pelos agentes da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) porque estavam sem a proteção. 

"Tanto ontem (terça) na Estação da Lapa, como hoje, aqui no Plano Inclinado, as pessoas que estão sem as máscaras não têm acesso aos transportes. Nas duas situações, entregamos as máscaras e só depois de protegidas, elas puderam ter o acesso aos transportes. Até agora não houve resistência e, se houver, a Guarda Municipal será acionada", declarou o titular da Semob, secretário Fábio Mota. Foto: Bruno Wendel/CORREIO Na manhã desta quarta, junto com fiscais da pasta, ele fazia uma triagem na fila do Pilc para ver quem estava sem a máscara. "Não vamos facilitar", avisou o secretário.

Para fechar o cerco às pessoas que acreditam que podem burlar a fiscalização, barreiras foram instaladas nas estações da Lapa, Pirajá, Acesso Norte e Mussurunga.

Fiscais da Semob e guardas municipais ficam ao lado das barreiras que dão acesso aos passageiros aos ônibus e metrô. No caso da Lapa, todas as pessoas que passam pela Piedade e pela Avenida Joana Angélica rumo à estação, quando descem as escadas, dão de cara com as barreiras e passam por vistoria.

A ambulante Maria Adelaide, 45 anos, usava máscara, mas mesmo assim entrou na fila só para pegar outra. Ela explicou o porquê. “A que eu tenho já está toda desgastada de tanto lavar. Venho usando desde quando começou a epidemia. Já encomendei outras, mas, peguei essa aqui para garantir”, justificou a moradora da Liberdade. 

No grupo de risco da covid-19, por causa da idade, Abelardo Paim, 67, saiu de casa com a máscara da mulher e estava na fila. “Preciso levar pra casa por que ela está sem. Minha mulher é muito teimosa. Se der na cabeça de sair, e não tiver a máscara, ela sai assim mesmo. Então, é melhor garantir”, disse ele, que saiu com duas máscaras. Máscaras são distribuídas de graça no Plano Inclinado da Liberdade-Calçada (Foto: Bruno Wendel/CORREIO) Apesar de não ter ido pegar o teleférico, o barbeiro Landerson Dias, 40, foi ao Plano para obter uma máscara. “Vim trabalhar, mas esqueci de pegar a minha em casa. Como soube que aqui está distribuindo, preferi primeiro pegar uma a trabalhar desprotegido. Lido com muita gente”, disse ele. 

Fábio Mota reforçou a necessidade do uso das máscaras. “Já mais que sabido sobre a importância das máscaras nessa pandemia. É a consciência pela sua vida e pela vida do outro. Em algumas abordagens, pessoas justificaram a ausência do item de proteção à falta de dinheiro. Então, resolvemos manter essa distribuição para quem está sem poder comprar”, disse ele. Ainda de acordo com ele, outras ações do tipo serão divulgadas. 

A Semob ainda não tem os dados das abordagens realizadas pelos ficais nas outras estações de transbordo.