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Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2020 às 09:27
- Atualizado há 2 anos
Discreto fora das telinhas, Serginho Groisman não fala muito sobre seu posicionamento político, mas afirmou se considerar "progressista e libertário" durante entrevista no Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (31). >
"Quando a gente chega num momento do Brasil onde tem que escolher entre direita e esquerda e achar que uma pessoa de direita tem aquele estereótipo, e de esquerda também. Eu, pela história que acho coerente em toda minha vida, me considero um progressista, um homem libertário, um homem que tem nos diretos humanos uma mão e pé estendidos, onde tem um 'não' a censura muito grande, um 'não' a atitudes racistas, preconceituosas", afirmou o apresentador do Altas Horas.>
Serginho disse que não gosta de rótulos "num país onde tantas pessoas vão falar a respeito do presidente". "Tantas pessoas que passaram a criticar o presidente (Jair Bolsonaro) e eram favoráveis a ele, são consideradas de esquerda", citou.>
Ele foi questionado se tinha a ideia de aprofundar debates políticos em seu programa. Serginho disse que sempre considerou seu espaço um em que a palavra é livre, o que significa pensamento livre. Ele disse que o momento que vivemos exige atenção.>
"A gente precisa ficar absolutamente atento ao que está acontecendo, porque eu não acredito que uma canetada acabe com tudo, mas é preciso ficar de olho muito aberto porque a liberdade, às vezes, é muito ameaçada, verbalmente, ameaçada factualmente, mas acredito muito na resistência da própria sociedade", disse.>
Falando especificamente sobre os ataques sofridos pela imprensa brasileira, Serginho disse ficar "estarrecido" com que tem visto. Para o apresentador, os ataques são contra o jornalismo como ofício, não apenas a repórteres e jornais específicos.>
"Quando você atinge jornalista, chamando de bundão ou falando que vai dar porrada, ele não está se referindo especificamente a um jornalista, mas ao jornalismo, aos jornais que se manifestam contrários a ele quando julgam necessário, quando os fatos dizem isso. Quando ele ou outros xingam os jornalistas, estão xingando o jornalismo e o que foi construído", disse. >
Ele disse que quer continuar lendo o que acha importante nos veículos em que confia e chamou as fake news de "grande mal de hoje". "As pessoas se negam em ver certos fatos, em ver a ciência, e tem gente que acredita realmente que a terra é plana. Por aí vai. São pessoas que falam e acham que não vai ter consequência nenhuma. Acho que cabe à Justiça e à sociedade realmente interromper esse desmatamento que se propõe", considerou.>