Sinos de três igrejas do Centro Histórico voltam a tocar juntos depois de 50 anos

Isso foi possível após a automação do sino Igreja de São Domingos, no Terreiro de Jesus

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 15 de fevereiro de 2020 às 11:51

- Atualizado há um ano

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Pontualmente às 11h, o Terreiro de Jesus e o Largo do Pelourinho assistiram (ou ouviram) um fenômeno que não ocorria há 50 anos. Os sinos da Igreja de São Domingos, da Catedral Basílica e da Igreja do Rosário dos Pretos tocaram juntos. O ato se deu em comemoração à automação de três sinos de uma delas, no caso, a de São Domingos. 

O projeto, que custou cerca de R$60 mil, já revitalizou os sinos de outras quatro igrejas: do Rosário, da Graça,  de Santo Antônio da Barra e da Ajuda. As revitalizações são todas custeadas por empresas privadas. Não há dinheiro público. 

No caso de São Domingos, a automação dos três sinos foi patrocinada pelo grupo hoteleiro Vila Galé. Responsável pelo projeto, o historiador Rafael Dantas explica que a automação ocorre através de um sistema eletromagnético. "Uma placa eletromagnética é colocada entre o sino e a parede. Isso induz o sino a ir ao encontro do badalo", explica. Os horários dos toques são programados por computador. 

A priorada da Venerável Ordem Terceira de São Domingos, Nanci Silva de Jesus, explica que com o tempo os sinos sofreram um processo de degradação que provocou rachaduras nas estruturas. Ultimamente, para poupa-los, os sinos eram tocados apenas em momentos muito especiais. "Só nas festas do padroeiro, procissões, Natal e Páscoa. Esse projeto é uma benção", comemora Nanci. 

Agora, além das datas festivas, os sinos da Igreja vão badalar às 6h, ao meio dia e às 18h, todos os dias. O padre Nilton Francisco dos Santos, capelão da Igreja de São Domingos, lembrou do tempo em que cada toque de sino tinha um significado que ia além do litúrgico. "As pessoas sabiam não só que era missa, mas também se era batizado, casamento ou até a morte de alguém, além de marcar os horários do dia", disse o padre.