Suspeita falou com família do jogador Daniel após crime: 'vamos ter fé'

Mensagens fazem parte do inquérito que apura a morte do atleta

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  • Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2018 às 13:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Allana Brittes, 18, suspeita de envolvimento na morte do meia Daniel, trocou mensagens via WhatsApp com a mãe e com a tia do jogador de futebol um dia depois do crime. As mensagens fazem parte do inquérito que apura a morte do atleta. 

Durante a conversa, no domingo (28), Allana diz que está indo ao IML com os pais e diz para a mãe de Daniel ficar tranquila. “Se Deus quiser, não vai ser ele. Vamos ter fé. Vai dar tudo certo”. Em seguida, a mãe do rapaz manda um áudio dizendo que Daniel está morto. Allana se diz surpresa. Na segunda-feira (29), pede informações sobre o velório.

Então, quem passa a responder as mensagens é a tia de Daniel, que pergunta sobre quem estava na casa, que horas ele havia saído, quem era a menina com quem ele estava, se havia ocorrido alguma briga. Allana responde que Daniel foi embora sozinho, umas “8h e pouco”, e diz que não havia ocorrido nenhuma briga: “Claro que não, imagina! Era a minha casa! Ele só deu tchau, levantou e foi embora”.

Além disso, antes de assumir o crime, Edison Brittes também telefonou à mãe de Daniel para prestar condolências, de acordo com o advogado Nilton Ribeiro, que auxilia a família do jogador morto. Segundo a reprodução da tela do telefone da mãe, a ligação ocorreu na terça-feira, três dias depois do crime.

Daniel participou da festa de aniversário de Allana em uma boate em Curitiba na noite de sexta-feira (26). Na madrugada de sábado (27), foi para a casa da família Brittes em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana da capital. Lá, de acordo com a polícia, Daniel foi espancado e depois levado por Edison Brittes, pai de Allana, para o matagal, onde foi encontrado morto. A polícia afirma que o órgão genital do jogador foi cortado.

Questionada pela família onde estaria Daniel, Allana respondeu que não sabia dele, que não houve briga na casa dela e que o jogador foi embora sozinho por volta das 8h da manhã de sábado. “Ele só deu tchau, levantou e foi embora”, diz a mensagem. Allana, o pai dela, Edison Júnior (38),  e a mãe Cristiana Brittes (35), foram presos. Edison confessou ter matado o jogador porque ele teria tentado estuprar a esposa dele.

Em vídeo gravado pela defesa, Allana diz que conhecia Daniel há menos de um ano. Segundo ela, nunca teve relacionamento com Daniel e ele não foi convidado para ir à sua casa. Relata que, após uma gritaria, viu Daniel em cima da mãe  tentando estuprá-la e que “todo mundo queria fazer alguma coisa contra ele”. 

O promotor responsável pelo caso, João Milton Sales, considera que  Allana demonstrou frieza: “Ela sabia que o Daniel já tinha sido mutilado e morto e ainda estava conversando com a mãe do rapaz”.