'Tá tendo furacão?' Internautas se surpreendem com fortes ventos em Salvador

Marinha emitiu alerta e avisou que Salvador pode ter ventos de até 60km/h

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  • Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 17:24

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Quem mora em Salvador com certeza percebeu que o clima nesta segunda-feira (3) está diferente do habitual. Quem esqueceu a janela aberta deve ter tido trabalho para catar os objetos que caíram no chão. Quem foi prevenido e fechou, consegue ouvir o assovio do ventro e os vidros batendo. O cenário estava tão fora do habitual que virou assunto nas redes sociais.

No Twitter, vários deles relatavam que estavam com frio e surpresos com o clima soteropolitano. "No estou compreendendo Salvador. Tá fazendo sol, mas um vento frio, menina, chega congelar a espinha de cima a baixo", escreveu uma. "Só tô esperando a notícia do ciclone tropical chegando em Salvador, porque esse vento que tá fazendo não é normal", completou outro usuário.

Uma outra pessoa também se mostrou surpreso com o frio que estava fazendo. "Tá chovendo um vento gelado, dormi em Salvador acordei na França", brincou. Fotos: Reprodução A ventania na capital baiana estão mesmo mais fortes que o habitual. Desde domingo (2) a Marinha do Brasil alertou para a intensificação dos ventos e informou que o período de tempo chuvoso deve durar cerca de dois dias, chegando a atingir outros estados, como Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte. No litoral da Bahia, entre Caravelas e Salvador, os ventos chegarão a 60 km/h e permanecerão intensos pelo menos até a manhã de terça-feira.

Apesar disso, não quer dizer que os ventos na cidade chegarão a essa velocidade. "Agosto é um mês que venta mais, mas não é possível quantificar quanto mais, porque vento é uma variável complexa. Podemos chegar tranquilamente a ter 40 km/h, por exemplo. Quando a Marinha fala em 60 km/h, ela avalia uma faixa imensa, que vai de Caravelas a Salvador, e de Salvador até o Rio Grande do Norte. Geralmente esses ventos com essa velocidade ocorrem no oceano. Se fosse na costa, possivelmente teríamos árvores caindo, etc", explica o meteorologista Ricardo Rodrigues.

De fato, o alerta da Marinha visa os bons marinheiros, como navegantes, que devem consultá-los antes de entrarem no mar - o aviso vale também para comunidades de pesca, esporte e recreio.

Já a Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que nesta noite são esperadas pancadas de chuvas de fracas a moderadas. Já na terça, a promessa é de que ventos úmidos provenientes do oceano Atlântico intensificado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) vão manter esse clima chuvoso. 

A Codesal alerta para o risco de alagamentos pontuais e deslizamentos de terra. Neste caso, é necessário acioná-los pelo telefone 199, que é gratuito.

Chuvas reduzem em agosto A expectativa é que agosto seja um menos chuvoso que julho. Segundo a Codesal, este mês são esperados 133,5 milímetros de chuva, enquanto no mês passado foram registrados 254,4 milímetros.  A previsão foi feita após reunião do órgão com pesquisadores do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, órgão vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Se tudo correr como o esperado, os 10 primeiros dias de agosto terão chuva. Esse cenário, no entanto, apresentará uma redução gradativa a partir da segunda quinzena, fazendo com que setembro seja um mês mais seco.

Apesar de ter menos chuva, agosto é daqueles meses que é bom ouvir aquele conselho de infância e tirar o casaquinho do armário. É que trata-se de um mês famoso por ter ventanias e, segundo previsão, elas virão. As rajadas de vento atingirão até 40 km/h, enquanto a temperatura mínima esperada é de 19º C, enquanto a máxima é de 31º C.O aumento nos ventos acontece, segundo o Inmet, por causa da Alta Subtropical do Atlântico Sul, que intensifica os ventos e o transporte de umidade para o continente.

Julho castigou Salvador registrou, entre março e junho, os maiores índices pluviométricos dos últimos 36 anos - foram 1.540,8 mm, quando a média histórica é de 977,9 mm. Só no mês passado foram 45,8 milímetros a mais que o esperado. Os bairros que mais sofreram foram Palestina (com 339 mm de chuva), Nova Brasília (com 337,2 mm), Pirajá (324,5 mm), Jardim Cajazeiras (313 mm) e Cajazeira VII (308,8 mm).

O dia mais chuvoso de todos foi o dia 9 de julho, uma quinta-feira, que teve média de 65,7 milímetros. Nesse dia, a chuva provocou dois deslizamentos de terra, um deles na Avenida Mário Sérgio Pontes de Paiva, no bairro Canabrava, interditando o trânsito local, e o outro em Jardim Cajazeira, no Alto da Cebola. 

Durante todo o mês de julho, a Codesal realizou 1.472 vistorias. Houve 368 ameaças de desabamento, 155 deslizamentos de terra, 267 orientações técnicas, 233 ameaças de deslizamentos, 102 infiltrações, 109 alagamentos de imóveis, 78 árvores ameaçando cair e 24 desabamentos parciais. No meio de tanta tragédia, um pedreiro morreu após o desabamento de uma marquise no bairro de Periperi. A estrutura, construída de maneira irregular, desabou e ainda feriu mais três pessoas.