Técnico do Vitória em 2022 terá tabu de 16 anos para quebrar

Desde 2005, um treinador não completa uma temporada inteira no Leão

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 22 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/Arquivo Correio

O Vitória montou uma operação especial nas últimas semanas e deu forma à equipe da temporada 2022. Foram contratados 12 jogadores em 14 dias e, com o regime de plantão adotado pela CBF até o dia 30, a procura por mais dois atletas continua. Mas ainda falta uma figura essencial no futebol: o técnico.

Treinador do time ao fim da Série B, Wagner Lopes teve seu contrato encerrado ao fim do campeonato e não renovou. O presidente em exercício, Fábio Mota, confirmou a procura por Geninho, que alegou razões familiares para não aceitar o convite - além disso, o Vitória tem dívidas não resolvidas com ele.

Seja quem for o escolhido, o futuro treinador terá vários desafios pela frente - como o óbvio, de retornar para a Série B. E haverá um quase pessoal para quem assumir o cargo: completar uma temporada inteira no Vitória.

Há 16 anos, um técnico não consegue atingir essa missão. A última vez que isso aconteceu foi em 2005, com René Simões. Curiosamente, foi quando o rubro-negro caiu pela primeira vez para a terceira divisão. Arturzinho chegou a ser anunciado em outubro do mesmo ano como novo treinador, mas a temporada havia acabado no mês anterior, com o rebaixamento à Série C.

De Arturzinho em 2005 até Wagner Lopes em 2021, foram 42 trocas (sem contar os considerados interinos), o que dá uma média de 2,6 técnicos por ano.

Ao longo desse tempo, Vagner Mancini chegou a comemorar duas vezes o aniversário no cargo, mas ambas foram em um período entre temporadas: de junho de 2015 até setembro de 2016 e de julho de 2017 até julho de 2018.

Média alta Os anos de 2019 e 2020 foram os que mais tiveram trocas: cinco efetivos, cada. No primeiro, o time começou a temporada com Marcelo Chamusca e depois chegaram Claudio Tencati, Osmar Loss, Carlos Amadeu e Geninho, que foi demitido do Vitória em junho do ano passado, três meses após a pausa nas competições por causa da pandemia. O clube alegou dificuldades financeiras na época.

Ainda em 2020, após Geninho, passaram pelo comando técnico rubro-negro Bruno Pivetti, Barroca, Mazola Júnior e Rodrigo Chagas, que também foi o responsável por começar a temporada 2021.

Neste ano, o Leão diminuiu as últimas médias. Rodrigo foi demitido ainda no início da Série B, em junho. Desde que foi efetivado, comandou o time em 30 partidas, com 11 vitórias, 13 empates e seis derrotas, um aproveitamento de 51%. 

Em seguida, chegou Ramon Menezes, que passou apenas dois meses na função. Ao todo, ele esteve à frente da equipe em 16 jogos, com três vitórias, seis empates e sete derrotas, rendimento de 31%.

Wagner Lopes então assumiu em agosto. Ele foi o responsável por treinar o time em 24 duelos, sendo sete triunfos, 10 empates e sete derrotas, aproveitamento de 43%. Mas, com o fim da Série B, seu contrato encerrou.

Vale lembrar que, em 2021, a CBF começou a impor, nas três primeiras divisões nacionais, a regra que limita a troca de técnicos. Para a temporada 2022, Fábio Mota garantiu que já há um nome engatilhado, que deve ser anunciado nos próximos dias. 

“Acho que antes do Campeonato Baiano a gente anuncia a nova comissão técnica”, disse, em entrevista coletiva na semana passada. A reapresentação do time está marcada para o dia 3 de janeiro, e a estreia no estadual será no dia 16, contra a Juazeirense, no Barradão.