The Great faz rir com Catarina, a Grande

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  • Carol Neves

Publicado em 10 de julho de 2020 às 10:13

- Atualizado há um ano

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A história da imperatriz Catarina, a Grande, vira e mexe aparece em nova adaptação para os cinemas ou TV. Amante das artes e das ciências, Catarina era próxima de iluministas como Voltaire, tinha interesse especial pela educação e foi durante o reinado dela que a Rússia se modernizou e se aproximou da Europa, tornando-se uma potência. Nascida na (então) Alemanha, ela entrou para a família real russa após casar com o futuro czar Pedro III – seis meses depois dele assumir o trono, foi morto em um golpe orquestrado pela mulher.

A série The Great conta essa história de uma maneira diferente, em uma releitura com linguagem moderna e muito bom humor. Se essa descrição te lembrou do filme A Favorita (2018) é porque o roteirista Tony McNamara é o nome por trás das duas produções. Visualmente, também, é impossível não lembrar da rainha-adolescente Maria Antonieta de Sofia Coppola, no filme de 2006. (Foto: Divulgação) Na história contada, acompanhamos a chegada de Catarina (Elle Fanning) à corte, cheia de expectativas e sonhos, sua adaptação ao casamento com o imperador bobo, narcisista e casualmente cruel vivido por Nicholas Hoult. As desventuras de Catarina tentando se encontrar na frívola corte russa, um festival de bebida e sexo público, e Pedro sendo empurrado por todos os lados como um peão crente que é amado por todos são hilárias. Não é risinho de canto de boca não, tem muita cena para gargalhar. Isso não é pouca coisa em meio a cenas que às vezes abundam de crueldades e a críticas ao modo de vida aristocrático.

O entourage da imperatriz nessa tentativa de passar a perna em Pedro é formado por um político desprezado na corte, Orlov (Sacha Dhawan), uma empregada de língua afiada (Phoebe Fox) e o amante oficial designado para ela, Leo (Sebastian de Souza).

O elenco é excelente. Hoult empresta um carisma encantador a um personagem que é absolutamente desprezível se encarado somente no papel. Catherine é mais complicada e exigia alguém capaz de disparar as piadas e trocadilhos e ao mesmo tempo demonstrar a humanidade de alguém que está se descobrindo em meio a todas as disputas da corte, pressões da Igreja Ortodoxa e, claro, o golpe ao qual ela se dedica por metade da temporada. Elle Fanning dá conta muito bem.

The Great se descreve como “ocasionalmente” baseada em fatos reais e não é apenas pelo tom, mas há muita coisa alterada e fidelidade histórica não está no cardápio. Não vou elencar aqui, mas para ficar em uma relevante, Pedro só se tornou imperador 16 anos depois de casar com Catarina.  A linguagem é moderna, há uso de música pop, todos falam com sotaque britânico etc. Se você gosta de uma série histórica cheia de fatos comprovados, melhor pular essa.

O perigo constante que é ser uma mulher no castelo real é fonte das piadas mais fortes da série. Catherine e Marial conversam no quarto e a imperatriz pergunta como como foi o dia da criada. "Evitei ser estuprada. E você", responde Marial, casualmente. "O mesmo". Em outro episódio, Catherine reflete: "Se alguém inventar algo mais fácil do que botões (nas roupas), estamos ferradas".

São dez episódios e parece ser um pouco mais longo do que deveria, mas no todo a série é muito boa. The Great já foi renovada para uma segunda temporada.

Dica Para quem prefere uma versão mais tradicional, a HBO tem uma minissérie sobre Catarina, já mais madura. interpretada por Helen Mirren. Já The Great está disponível no Brasil pelo Starzplay.

Enfim... O final de Dark Em outras notícias, com certo atraso (em tempos como o nosso), meu veredito sobre o final de Dark: foi bom em dar respostas e fechar a história, mas a temporada em si foi irregular. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que no final fiquei sentindo falta de mais episódios, houve um certo cansaço ao longo da história. A estratégia de “fulano mandou fazer isso, sicrano aquilo” usada à exaustão me desengajou um pouco. (Foto: Divulgação) Dark nunca foi uma série de estudo de personagem, com muito plot para dar conta, mas também senti que isso ficou sacrificado por aqui. Se na segunda temporada era uma delícia ver as desventuras dos personagens nos anos 1950, por exemplo, aqui tivemos pouco respiro para dar conta da história. Veria um spin-off sobre a vida de Agnes! O quinto episódio, pesado e trágico, foi um destaque da temporada. E Jonas (e Martha) completou a jornada do herói e foi bom de ver. 

No final das contas, para mim foi a personagem certa quem teve o insight que deu fim a tudo, mas foi isso mesmo, um insight que se desenvolveu ao longo dos anos e nós não vimos... Mas o final mesmo considerei bastante satisfatório. Sic mundus creatus est.