Trabalho incansável e polêmicas: príncipe Philip modernizou monarquia britânica

Duque de Edimburgo faleceu aos 99 anos nessa sexta-feira (9)

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  • Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2021 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Roger Harris/ UK Parliament

O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II, pai do príncipe Charles e patriarca de uma família real turbulenta que ele ajudou a estabilizar, morreu na sexta-feira (9), no Castelo de Windsor, na Inglaterra. Ele tinha 99 anos.

Descrito pela rainha como sua “força e permanência” nos 73 anos em que estavam casados, ele “morreu em paz”, segundo o anúncio feito pelo Palácio de Buckingham, que não informou a causa do óbito.

O duque de Edimburgo, que detém o recorde de longevidade de todos os consortes ingleses, e que serviu à Marinha durante a 2ª  Guerra Mundial, visitou mais de 143 países em compromissos oficiais. Inclusive o Brasil, quando, em 1968, fez um passeio por Salvador. 

Ele estava aposentado dos serviços oficiais desde 2017. Na ocasião, anunciou que estava renunciando aos compromissos reais, brincando que “não conseguia mais se levantar”. Ele fez uma última aparição pública oficial no final de 2017, durante um desfile da Marinha Real no pátio do Palácio de Buckingham.

Desde então, raramente foi visto, passando a maior parte do tempo na propriedade Sandringham, em Norfolk, embora se mudasse para ficar com a rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor durante a pandemia. Foi ali que o casal celebrou o aniversário de casamento de 73 anos, em novembro de 2020. Philip também comemorou seu 99º aniversário em confinamento no Castelo de Windsor.

O príncipe foi hospitalizado várias vezes nos últimos anos devido a uma série de doenças, a última delas em fevereiro, quando precisou realizar uma cirurgia cardíaca. 

Influência Como marido da rainha, Philip tentou conduzir ao século 20 uma monarquia repleta de vícios do século 19. Mas, a pompa foi ofuscada por escândalos em série e os casamentos reais foram seguidos por divórcios sensacionalistas. Ele dizia que após tantos escândalos sua missão havia mudado. Agora “era para ajudar a preservar a própria coroa”, em suas palavras.

No entanto, foi por vezes o motivo de algumas manchetes por suas frases ácidas e até racistas e sexistas. Perguntou se indígenas da Austrália lançavam flechas e disse que um presidente da Nigéria, em trajes tradicionais, parecia estar de pijama. Durante uma visita a um instituto de mulheres, em 1961, afirmou que as “britânicas não sabem cozinhar”. Seus episódios de infidelidade também não passaram despercebidos. 

Nascido na ilha de Corfu, na Grécia, o Príncipe Philip, que certa vez se descreveu como “um príncipe dos Bálcãs desacreditado, sem nenhum mérito ou distinção particular”, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da monarquia moderna no Reino Unido. Além de Charles, 72 anos, ele e a rainha também tiveram a princesa Anne, 70, o príncipe Andrew, 61, e o príncipe Edward, 57. O casal também teve oito netos e dez bisnetos.

Embora nunca tenha recebido oficialmente o título de príncipe consorte, viveu uma vida dedicada aos deveres reais. Renunciou à sua promissora carreira naval, que alguns acreditavam que poderia tê-lo levado ao posto de Primeiro Lorde do Mar, o cargo mais alto da marinha britânica, e aceitou o papel de coadjuvante da rainha.

Tendo feito essa escolha, mergulhou na vida nacional, conquistando um papel público único. Ele foi o membro mais enérgico da família real, segundo muitos especialistas. 

Resumo históricoNascimento - Philip nasceu em 10 de junho de 1921, na ilha grega de Corfu. Ele era o único filho do Príncipe André da Grécia e Dinamarca e da Princesa Alice de Battenberg.  Militar - Aos 18 anos, ingressou na Marinha Real Britânica. Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, estava na Baía de Tóquio quando os japoneses se renderam. Casamento - Em 1947, se casou com Elizabeth em Londres. Tudo mudou quando o rei George VI morreu em 1952, forçando Elizabeth a assumir o trono. A partir daí, ele se tornou o “consorte” da rainha, título que é concedido ao companheiro oficial da monarca.