Trens do Subúrbio já foram de Salvador até Alagoinhas

Sistema com o formato atual, da Calçada até Paripe, é do início dos anos 1980

Publicado em 26 de julho de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Os pouco mais de 13 quilômetros da Linha de Trens do Subúrbio de Salvador, ligando a Calçada até Paripe, já formaram uma linha muito maior. Em 1860, há 160 anos, quando a via férrea foi inaugurada, ela levava de Salvador até  Alagoinhas. Com o passar dos anos, o número de estações foi reduzindo e a distância, com as reformas, também. Em 1972, a viagem ia até Simões Filho.

O desenho atual é o início dos anos 1980, aponta trabalho de Marcelle Bianca Bittencourt de Santana, do grupo Geotec/Uneb. "Com o passar do tempo foram ocorrendo várias reformas, com aumento e diminuição de trechos, somente entre os anos de 1981 e 1982 que a via dupla foi permanentemente reconstruída, atuando até os dias de hoje", escreve. Esta imagem é de 3 de dezembro de 1987, com estação final já em Paripe. Trem do Suburbio, em 3 de dezembro de 1987 (Foto: Arquivo CORREIO) Hoje, os trens levam, segundo a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), responsável pelo sistema, mais de 136 mil pessoas por mês e pouco mais de 5 mil por dia. Esses são os dados do último mês de junho. Em todo o primeiro semestre de 2020, ano de pandemia, a média foi bem menor do que em 2019. Em junho do ano passado, por exemplo, foram 240.507 pessoas transportadas, enquanto que a média diária tinha ultrapassado os 10 mil passageiros.

Também segundo a CTB, a passagem custa R$ 0,50 (inteira) e R$ 0,25 (meia), com viagens a cada 40 ou 45 minutos. Os trens operam das 6h às 20h e a passagem é gratuita para maiores de 60 anos.

Este ano, uma pesquisa do Ministério Público apontou que 67% dos usuários do sistema de trens do Subúrbio o faz por não ter renda suficiente para pagar a passagem de ônibus, mais de oito vezes mais cara. O sistema será substituído pelo VLT. 

No trabalho de Marcelle Bianca, ela entrevistou passageiros. Entre as impressões, a de segurança, apesar das queixas em relação ao tempo de espera e estrutura precária de alguns vagões: "Ao longo das entrevistas, muitos passageiros falaram sobre a sensação de segurança que experimentam quando estão nas instalações da estação da Calçada ou dentro do próprio trem. Alguns disseram que conseguem utilizar o celular com tranquilidade, atitude que não reproduzem nos ônibus, já que apenas nos trens e estações vêm muitos seguranças", escreve.Nesta semana, um grupo de pesquisadores do grupo Geocombate, da Ufba, apontou que a Estação de Trem da Calçada era um dos principais pontos de aglomeração em tempos de pandemia de covid-19 na região da Cidade Baixa.