Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.
Jolivaldo Freitas
Publicado em 15 de setembro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Estou tratando mesmo é de saúde pública. Pólio. Difteria. Sarampo. Rubéola e até a inaudita caxumba ou “papeira” estão de volta, anos após erradicação no Brasil. E ainda temos Zika e Chikungunya. Desde 2016 que o sarampo era avaliado como erradicada no Brasil, vez que a Organização Mundial da Saúde constatou que estava há mais de um ano sem registro de casos do vírus. Agora mudou tudo e os especialistas chamam a atenção que estão em curso surtos da doença. Está forte, muito contagiosa e pode comprometer a vida ou deixar graves sequelas nas crianças. De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde já são perto de duas centenas de casos registrados este ano.
Ano passado, o Ministério da Saúde também alertou sobre o imenso risco do retorno da temida poliomielite, face registro em mais de 300 cidades do país, desta que era uma doença considerada erradicada no continente sul-americano desde a década de 90. Doença que causou durante décadas, no século passado, milhares de casos de paralisia infantil. Ou seja, o caso é grave.
O que se busca aqui é alertar para a necessidade da vacinação, voltar ao hábito de se vacinar e levar os seus para a vacinação. Por exemplo, a tríplice viral é uma das 14 vacinas oferecidas de graça pelo Programa Nacional de Imunizações. Ela deve ser tomada na infância e em duas doses, a primeira com 12 meses e a segunda com 15 meses. Na segunda dose, a vacina recebe um reforço contra uma quarta doença, a varicela, infecção viral altamente contagiosa que causa a catapora.
O Datasus vem revelando que as coberturas vacinais estão aquém das metas traçadas dentro do Calendário Nacional de Imunização. O exemplo é mesmo a tríplice viral, em que a segunda dose da vacina não bate a meta de vacinação, de 95%, desde 2012. Em 2016, apenas 76,74% das crianças com 15 meses de vida foram imunizadas. O que se espera conscientizando as pessoas é que ocorra o chamado “efeito rebanho”, quando a maioria vacinada passa a impedir a ocorrência de surtos, epidemias e pandemias, evitando a circulação dos vírus em determinada região.
Para complicar mais ainda, começa a se ver no Brasil uma incorporação por parte de algumas famílias dos pressupostos do movimento que grassa em vários países, principalmente nos Estados Unidos, voltado para a antivacina. Algo acreditado a partir de notícias ou pesquisas fakes e falta absoluta de informações científicas.
É bom ressaltar que especialistas sérios reforçam a verdade de que somente vacinando é possível erradicar as doenças. É necessário manter os índices bem altos, embora seja impossível vacinar 100 por cento da população. Eles. Entretanto, garantem que vacinando 95 por cento já é uma ampla garantia. A resistência à vacinação preocupa a Organização Mundial da Saúde. É tida como das dez maiores ameaças à saúde global no ano corrente. Não só no Brasil os surtos preocupam. Em todo o mundo aumentaram 300% somente no primeiro semestre com relação a igual período de 2018. Voltando ao caso do sarampo os piores países ranqueados são Ucrânia, Filipinas e Brasil. Voltando ao caso do movimento antivacina: tem vacina contra estupidez?
Jolivaldo Freitas é jornalista e escritor
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores