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Miro Palma
Publicado em 15 de novembro de 2019 às 10:08
- Atualizado há um ano
Um jogão, não existe definição melhor. O placar de 4x4 já anuncia: foi gol do início ao fim. E foi mesmo, o primeiro aos 38 segundos do primeiro tempo e o último aos 47 minutos do segundo. Nada mais justo que o apito final selasse o empate. Foi um clássico. Mas não porque eram dois dos maiores times do Rio de Janeiro duelando em pleno Maracanã. Houve muito mais ingredientes na partida entre Flamengo e Vasco que a alçou a esse status.
O primeiro componente que não pode faltar em um jogo clássico do futebol é o elemento surpresa. E convenhamos, qualquer rival que consegue fazer frente a esse time estrelado do Flamengo é inesperado. Não porque é impossível vencer o líder do Campeonato Brasileiro. Mas é muito difícil segui-lo. Em 78 jogos, foram 24 vitórias, seis empates e míseras três derrotas. Nada mais, nada menos que 11 pontos de distância para o concorrente mais próximo, o Palmeiras.
Dito isso, ninguém esperava menos de um clube que ostenta nomes como Gabigol, Bruno Henrique, Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Filipe Luís, Rafinha e, claro, o técnico português Jorge Jesus. Mas, também, jamais esperaria que o Vasco, que tem como sua maior estrela o comandante Vanderlei Luxemburgo, fizesse o mesmo.
Aliás, o duelo de técnicos é outro fator típico de uma partida clássica. De um lado o treinador “do momento”. Talvez não só desse momento, afinal, com o belo trabalho que vem desempenhando no rubro-negro carioca, Jesus dá todos os indícios de que vai prolongar sua estadia. E do outro, um dos principais nomes da profissão no Brasil. O único a conquistar, como técnico, cinco vezes o Campeonato Brasileiro. Um dos nossos poucos representantes, mesmo que por pouco tempo, no comando do melhor time do mundo, o Real Madrid. Essa sim é a famosa briga de cachorro grande.
E por falar em briga... Infelizmente, os clássicos do futebol brasileiro também são marcados por momentos pouco ortodoxos. Em alguns casos, eu diria até vergonhosos. E nessa partida não foi diferente. Teve de tudo, desde uma simples encarada entre Rafinha, do Flamengo, e Rossi, do Vasco, até uma agressão violenta e irresponsável cometida pelo gerente de futebol do Vasco, André Souza, ao dar uma joelhada em Gabigol. No meio disso tudo, teve pisão do rubro-negro Pablo Marí, simulação de Bruno Henrique, empurra-empurra dentro do campo e até bronca de Luxemburgo sobre o colega rival.
Não faltou absolutamente nada nessa partida. Um jogão daqueles que, daqui há alguns anos, vamos recordar entre amigos ou em uma mesa de bar: “lembra aquele 4x4 entre Vasco e Flamengo?”. Um clássico costurado com o que de melhor – e pior – pode existir no esporte por essas bandas. Disputa como essas fazem o Brasileirão avançar enquanto competição, como se fosse um duelo de Champions League.
É muito recorrente reclamarmos do que nos retarda diante de outros certames. Não faltam queixas e elas não desapareceram por causa de uma partida. No entanto, é importante destacar, também, o que nos impulsiona. E nada faz mais sentido no futebol do que uma chuva de gols até o apito final.