Um desafio para Neymar

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  • Miro Palma

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A Seleção Brasileira entra em campo, nesta sexta-feira (5), para um jogo amistoso contra a Colômbia. A partida, que acontece no estádio Miami Dolphins, em Miami, na Flórida, marca o retorno do jogador Neymar após sua tentativa frustrada de sair do PSG. A novela em que se tornou as negociações, especialmente com o Barcelona, teve seu capítulo com o encerramento da janela de transferências europeia, na última segunda-feira, e o brasileiro permaneceu no clube francês. 

A última vez que jogou pelo PSG foi em 27 de abril, no mesmo dia em que o time perdeu o título da Copa da França para o Rennes e Neymar perdeu a cabeça diante de um torcedor, agredindo-o com um soco no rosto. Pela Seleção, fez sua última partida em 5 de junho, outro amistoso, dessa vez diante do Catar. Mas, com apenas 16 minutos em campo, uma entorse no tornozelo direito o fez sair de muletas do estádio. 

Apesar de ter sido cortado da Copa América e ter se afastado dos jogos do PSG enquanto o imbróglio da tentativa de transferência não se resolvia, o nome do craque não saiu das manchetes dos jornais. Se não pelo futebol, com a falta de atividade, não faltaram polêmicas sobre o comportamento do jogador para ocupar a atenção da imprensa nacional e internacional. Atritos com colegas de clube e com rivais, conflitos com árbitros, provocação a torcedores e agressão a um deles como lembrado acima, suspensões, lesões e até uma acusação de estupro que posteriormente foi arquivada por falta de provas. 

Essa carreira tumultuada, especialmente desde a sua saída do Barcelona, afastou ainda mais o atleta dos objetivos individuais e coletivos que almeja alcançar e, pelo segundo ano consecutivo, não ficou nem entre os dez melhores jogadores do mundo de acordo com o ranking da Fifa. Por isso, eu resolvi desafiá-lo. Não somente em campo, mas, principalmente, fora dele. Será que, neste retorno, Neymar é capaz de controlar sua postura e se concentrar no seu futebol?

A saída do PSG já azedou. O clima não está lá dos melhores dentro do clube, tão pouco entre os torcedores, mas o inegável talento que ele carrega poderia colocar tudo isso pra trás. Se ele for capaz de colocar a vontade de arrumar as malas para sair de Paris de lado e se concentrar em, simplesmente, jogar, poderá repetir o desempenho que teve em seu primeiro ano de PSG, na temporada 2017/2018. Ou quem sabe até superar o retrospecto que teve no Barcelona, especialmente no ano de 2015. Tudo isso é possível e depende, majoritariamente, dele.

A Seleção pode ser um excelente pontapé inicial para essa virada de chave. O técnico Tite o considerou “indispensável” em sua última entrevista coletiva. Indispensável ninguém é, não à toa o time conquistou a Copa América sem Neymar. No entanto, tê-lo em campo traz um rendimento maior à Seleção – os dados, desde sua estreia em 2010, apontam que sem ele o aproveitamento chega a ser 13% menor. Então, porque não aproveitar essa vitrine? Mas, claro, nada disso terá efeito se os rompantes de mal comportamento continuarem a disputar espaço midiático com seus feitos em campo. O craque precisa, antes de tudo, de amadurecimento pessoal. Já são 27 anos nas costas. Ainda dá tempo para tudo, claro, mas o relógio segue correndo. E aí, Neymar, vai aceitar o desafio?

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras