Um pacto selado entre os rubro-negros

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  • Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Quase três meses depois, o Vitória voltou a vencer uma partida oficial e colocou o sorriso no rosto do seu torcedor, tão combalido nos últimos tempos. O longo jejum era um acinte à história do clube, principalmente se for levado em conta a lista de adversários enfrentados no primeiro semestre. Sem faltar com devido respeito que cada equipe merece, o rubro-negro não pode se permitir passar por vexames que incluem derrotas em sequência para Atlético de Alagoinhas, Botafogo-PB e Fluminense de Feira no Barradão.

O estado de completa euforia que tomou conta dos rubro-negros nas arquibancadas e nas redes sociais, assim como daqueles que estavam em campo, dão o tom exato da importância do resultado. Olhando a tabela friamente, era apenas o segundo jogo da equipe na Série B do Campeonato Brasileiro. Ao ampliar o leque e avaliar o contexto, fica evidente que foi uma vitória necessária para lavar a alma e resgatar um pouco da confiança que havia se perdido em meio a tantos desacertos.

O triunfo sobre o Vila Nova foi carregado de simbolismo. Um sufoco danado, gol no fim do jogo e, o melhor, marcado por Ruan Levine, um jogador formado nas categorias de base. Que esse momento represente, de fato, uma virada na história do clube; é o que qualquer rubro-negro anseia.  E veio em boa hora. É inegável que a eleição de Paulo Carneiro deu um novo fôlego para o clube, tanto que houve um movimento frenético de associação ao longo da semana passada. A esperança é de que o novo presidente resgate os dias de glória da década de 90.

Se eles virão, é cedo demais para dizer. Por ora, tudo o que o torcedor precisava era de um time que vibrasse em campo. Ele entende o momento do clube, sabe que o elenco é frágil e que, dificilmente, vai ser presenteado com um futebol vistoso, aquele de posse de bola, de troca de passes de tirar o fôlego e de golaços. Se falta técnica, que se compense com garra. O melhor momento do Vitória em campo foi quando a torcida, vendo que os jogadores estavam deixando tudo em campo, passou a vibrar junto com eles. Foi como se, naquele momento, tivesse sido selado um pacto. “Vocês correm daí, cerram os punhos e berram a cada dividida; daqui, nós apoiamos enlouquecidamente”.

Há quem diga que garra não ganha jogo. Quem diz isso está errado. Ganha, sim. Um ou dois. Mas não ganha campeonato. Nem é suficiente para carimbar o passaporte para a primeira divisão. Para disputar a segundona, é preciso ter espírito brigador, ter um time valente em campo, mas não se pode prescindir de qualidade, vide o Fortaleza campeão do ano passado. Ainda que tenha saído de campo vitorioso, o rubro-negro demonstrou os velhos problemas defensivos e ofensivos de sempre, e eles precisam ser corrigidos urgentemente. Não é aceitável que se tenha uma equipe com recomposição tão lenta e que não “morda” o adversário mesmo quando está toda agrupada na defesa, além de ser sofrível o modo como ela se organiza para atacar.    

Basicamente, o que defendo é que o Vitória encarnou o espírito da Série B e, por isso, reconectou-se com sua torcida. Entretanto ainda carece de qualidade para suportar uma competição tão “encardida”. O primeiro passo já foi dado, então, dos males o menor. 

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com. Escreve às quartas-feiras.