Universidade faz rima com inclusão

As notícias que marcaram a semana e um pouco da história do ensino superior

  • Foto do(a) author(a) Andreia Santana
  • Andreia Santana

Publicado em 14 de agosto de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .
. por Texto: Andreia Santana / Arte: Thainá Dayube

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, seguiu o exemplo do colega titular da Economia, Paulo Guedes, quando este afirmou que livros no Brasil eram “coisa de elite”. Em entrevista à TV Brasil, na segunda (9), Ribeiro afirmou que a "universidade deveria ser para poucos". 

Não satisfeito, acrescentou que as universidades seriam ‘menos úteis’ do que cursos profissionalizantes. E defendeu que o futuro pertence aos institutos federais, que formam técnicos.

"Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação. Se fosse técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem demanda muito grande", disse Ribeiro ao programa "Sem Censura".

O ministro só não considerou que os profissionais de Tecnologia da Informação (TI), por exemplo, que desenvolvem e implantam sistemas e redes em um mundo cada vez mais digital, precisam antes cursar a universidade para exercício de suas atividades. 

A fala deu a entender que Ribeiro está preso a meados dos anos 1990, quando a Internet chegou ao Brasil, e proliferavam escolas de digitação. Além disso, confundiu atribuições de profissionais de nível técnico com as exigidas de quem, como diriam as avós, ‘alisaram os bancos da academia’.

[[galeria]]

O titular do MEC também comentou as políticas de reparação, como as cotas, e afirmou achar justo que 50% das vagas nas universidades públicas sejam ocupadas por alunos mais ricos. 

"Considero justo, porque são os pais dos 'filhinhos de papai' que pagam impostos e sustentam a universidade pública", disparou.

Apesar de gerir o MEC, o ministro parece não entender a função e o sentido da existência das universidades: produzir conhecimento para a sociedade avançar, permitir o desenvolvimento do senso crítico e ‘universalizar’ o conhecimento, que jamais deveria ser um privilégio ‘de poucos’.

OUTROS DESTAQUE DO NOTICIÁRIO

Mar de esgoto da Barra ao Rio Vermelho Banho de mar em água com esgoto pode provocar doenças graves (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O banho de mar neste final de semana não é recomendado entre o Rio Vermelho e a Barra. Uma obra na Estação de Condicionamento Prévio (ECP) do Lucaia, na terça-feira (10), lançou esgoto no mar. O Inema fez testes, mas o esgoto levaria, em média, sete dias para dissipar. 

Arco-íris no Planalto

Pesquisa do Instituto Atlas, divulgada na quarta (11), pelo El País, mostra que 60% dos eleitores brasileiros votariam em um candidato LGBTQIA+ para ocupar a presidência da República. O dado surpreendeu porque a estimativa é de que a cada 23 horas, uma pessoa LGBT+ é vítima de crime motivado por homofobia e transfobia, principalmente, no país.  O estudo ouviu 2.884 pessoas entre os dias 26 e 29 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Leitura contra o vírus

O IBGE divulgou, na quarta (11), que houve um crescimento de 6,3% na venda de livros, revistas, jornais e itens de papelaria no Brasil em junho desse ano, em relação ao mesmo período de 2020. É a quarta taxa positiva consecutiva nessa base de comparação. Fora do país, o governo sueco também revelou o crescimento de 14% na venda de livros no primeiro semestre de 2021. A pandemia é apontada como o principal motivo para o incremento de leitores na Suécia.

Intercambialidade

A prefeitura de Niterói, no Rio, anunciou, na quinta (12), que vai permitir aplicação da segunda dose da vacina Pfizer nas pessoas que tiveram efeitos colaterais intensos depois de receberem a primeira dose da AstraZeneca. A medida, chamada de intercambialidade, já vinha sendo aplicada em gestantes e puérperas, por orientação do Ministério da Saúde (MS). Para ser beneficiada, a pessoa terá de fazer uma declaração.

PARA REFLETIR... Iza quer inspirar outras meninas a aceitarem herança ancestral (Foto: Reprodução/Youtube) "Acho que é uma forma positiva de influenciar as pessoas, de encorajar que as meninas experimentem um estilo de cabelo antes marginalizado ou somente glamourizado quando usado por outras pessoas que não nós, IzaEm entrevista, na sexta-feira (13), a cantora falou sobre suas tranças nagô, que carregam 'um peso histórico ancestral'.