Vai de Bike: Salvador celebra resultado e faz novas apostas para ser cada vez mais 'bike-friendly'

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Publicado em 22 de setembro de 2020 às 13:30

- Atualizado há um ano

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Foto: Divulgação Criado em setembro de 2013, o Movimento Salvador Vai de Bike (MSVB) celebra sete anos, neste 22 de setembro (Dia Mundial Sem Carro), com um salto na dinâmica da cidade em relação ao uso das bicicletas e a interação com os ciclistas. No decorrer desse período foram realizadas centenas de ações de engajamento, campanhas de conscientização, mobilização e práticas de aprendizagem envolvendo crianças, jovens e adultos, cicloativismo, entre outras iniciativas que tornaram Salvador uma cidade cada vez mais pró-bike.

A estrutura cicloviária de nossa capital também deu um salto sem precedentes em sete anos.   Nosso sistema de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas não passavam de 50 km em 2013 e hoje, já somam 280 km. Me lembro  muito bem,  justamente em setembro deste mesmo ano,  quando lançamos o Movimento e inauguramos o sistema de bicicletas compartilhadas, os céticos de plantão diziam: “isso não vai dar certo em Salvador, a cidade não foi feita para pedalar, cheia de ladeiras, esse pessoal acha que estamos aonde? na Europa?...” Pois bem, nunca se pedalou tanto em nossa cidade desde então, os ciclistas estão nas ruas, até os céticos hoje usufruem  dos serviços e estrutura que facilitam o uso das bikes no dia a dia dos ciclistas. Isaac Edington é coordenador do Movimento Salvador Vai de Bike (Foto: Saltur/Divulgação) Com relação as ladeiras, deixe-me relembrar, até isso melhoramos muito, com a implantação  do tráfego das bicicletas em todos os ascensores em funcionamento na cidade, que ligam a cidade alta a cidade baixa (Elevador Lacerda e os Planos Inclinados). Outro exemplo são as embarcações que fazem a travessia entre as regiões da Península Itapagipana e o Subúrbio Ferroviário que  também foram adaptadas para receber diariamente o tráfego das bikes. O tempo da travessia é de apenas oito minutos, ganho extraordinário,  já que o mesmo trajeto, quando feito de carro ou ônibus é de pelo menos 1h30. Quem pedala por essas locais de nossa cidade, sabe da importância dessas facilidades.  Bikes adaptadas (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO) E quem pedala sabe também, da importância de melhorar, harmonizar a convivência entre ciclistas e motoristas. Avançamos muito nessa questão capacitando mais de 2.000 motoristas de ônibus, dentro das garagens, onde além de aulas teóricas, usamos como artificio, uma vivencia, onde todos se colocaram no lugar do ciclista, sendo ultrapassado por um ônibus numa distância menor que 1,5m. Impressionante os depoimentos dos motoristas depois de passarem por essa experiencia.

Pois bem, muito foi feito, mas para o futuro os projetos seguem a todo vapor. Além da ampliação da malha cicloviaria outros projetos já estão prontos para saírem em breve do papel. A exemplo do “De Bike ao Trabalho”, um estimulo a mais no setor público para o deslocamento  dos trabalhadores por meio das bikes, além de campanhas de sensiblilização juto a iniciativa privada. Temos também o “Bike Comunidade”, cujo objetivo é criar locais de referência para oficinas e atividades relacionadas a bike dentro de comunidades em Salvador e contribuir também com a geração de renda por meio da bicicleta. Foto: Valter Pontes/Agecom Já o “Bike Acessibilidade” visa inciar um processo de adaptação da infraestrutura urbana com canaletas ou rampas para promover o acesso de pessoas com bike às comunidades, além disso, cerca de mil paraciclos serão implantados novas regiões da cidade, facilitando a vida dos usários para o uso da bicicleta no dia a dia. Outro projeto que vem ganhando forma é o “Reciclo Bike Salvador” que beneficiará entidades de catadores da cidade para realizar coleta seletiva de matéria-prima reciclável por meio de triciclos adaptados para carregar entre 150 kg e 200 kg. Foto: Max Haack/Secom Consideramos também muito importante, conhecer melhor o perfil dos usuários de bicicleta em nossa cidade, para tanto lançaremos em breve a “Pesquisa sobre o Perfil do Ciclista de Salvador”. Com questionamentos que vão desde a forma, dias e situações em que leva o soteropolitano a tirar as bicicletas de casa até  entender melhor novas demandas, nos auxiliar a olhar para o futuro e continuarmos evoluindo. Acreditamos que avançamos muito, e até para os mais céticos  afirmamos e respondemos: de fato "não estamos na Europa...” , estamos sim em Salvador, a primeira capital do Brasil, e acreditamos muito que uma cidade com mais bicicletas é uma cidade também com mais qualidade de vida para todos e para isso trabalhamos muito.

*Isaac Edington, Presidente da Saltur e coordenador do Movimento Salvador Vai de Bike.