Vai ter vinho na dieta, sim, senhora!

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  • Paula Theotonio

Publicado em 3 de janeiro de 2019 às 15:12

- Atualizado há um ano

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Dá para fazer dieta sem precisar abandonar o vinho (foto/divulgação) Todo início de ano, a mesma situação: vemos uma horda de comilões correndo para consultórios de nutricionistas, academias e parques a céu aberto. Todos ávidos para eliminar os excessos alimentares das festividades de dezembro. E para aqueles que não dispensam uma boa taça de tintos e tantos, fica a dúvida: “Precisarei abandonar meu vinho, doutor?”.

O fermentado de uvas sem adição de açúcar possui, em média, 180 kcal por taça (187,5 ml). Quanto mais álcool e mais açúcar, seja residual ou adicionado, mais calorias este vinho terá. Um Porto, por exemplo, vai ter o dobro do potencial calórico de um branco seco. Porém a tendência é que bebamos pequenas quantidades dos mais encorpados, e exageremos um pouco nos leves.

Para o nutricionista, sommelier e professor universitário Anderson Carvalho, ainda assim não é necessário largar este pequeno prazer em nome da boa forma. Ele aponta que regimes alimentares para perda de peso – com restrição de calorias, carboidratos ou gorduras – podem ser amplamente beneficiados pelo consumo moderado de vinho.

“Hoje, temos uma noção mais ampla de dieta, que leva em consideração não apenas as calorias dos alimentos, mas seus nutrientes e realidade bioquímica; além do padrão cultural e alimentar de cada pessoa. E o vinho, quando consumido moderadamente e por pessoas saudáveis, está associado a diversos benefícios que vão muito além do álcool”, explica Anderson.

Vinho, dieta e saúde São diversos os estudos que apontam a presença de mais de 50 compostos antioxidantes em vinhos. Estas moléculas estão correlacionadas à redução de doenças do coração e do câncer de mama; à diminuição da taxa de mortalidade feminina e da diabetes tipo II, prevenção de doenças cardiovasculares e proteção da saúde gastrointestinal e oral.

E não adianta suplementar: alguns destes antioxidantes, como é o caso do badalado resveratrol, são melhores absorvidos quando associados ao próprio vinho ou ao suco de uva integral.

“Existem, ainda, indícios que o resveratrol tenha função emagrecedora – convertendo o excesso de gordura ruim em boa, que serve como fonte de energia e que é facilmente eliminada do corpo. E pesquisas sugerem que o vinho potencializa a ação de dietas curtas, com prazo para iniciar e acaba, porque melhora a ação funcional de outros nutrientes”, explica Anderson Carvalho.

Para garantir estes benefícios, é preciso consumir até duas taças de vinho por dia, de três a quatro vezes por semana – dependendo da indicação do seu nutricionista. “Precisamos deixar de ver o vinho apenas como uma bebida alcoólica, mas como um alimento funcional”, defende o professor. O consumo excessivo e prolongado do álcool, por outro lado, pode trazer danos aos sistemas gastrointestinal, cardiovascular e nervoso. É preciso ir com calma.

Vinho, dieta e paladar

Ainda de acordo com Anderson Carvalho, o consumo comedido de vinhos traz outro benefício para dietas saudáveis: um upgrade no paladar. Isso acontece porque o conhecimento sobre a bebida fermentada traz consigo um despertar para diversas sensações gustativas, trazendo novas percepções sobre níveis de acidez, adstringência, doçura e amargor nos alimentos.

“Este conhecimento adquirido repercute no paladar deste consumidor, que passa a sentir melhor o gosto dos alimentos e faz melhores escolhas gastronômicas. Quem está inserido neste universo dos vinhos dificilmente possui uma dieta monótona. E a monotonia alimentar é um dos grandes entraves ao sucesso das dietas no mundo moderno: faltam nutrientes no dia a dia e quando há variações, tendemos a escolher alimentos mais gordurosos, com alto teor de sódio ou de carboidratos. Sempre digo aos meus amigos que quem entende de vinho, entende naturalmente de comida. E vai entender que papel a comida exerce na vida”, explica o nutricionista.

Vinho, dieta e alimentação

Anderson Carvalho sugere, ainda, que o consumidor procure vinícolas que empreguem práticas orgânicas, agroecológicas ou naturais no processo produtivo, desde a plantação até a vinificação. “Apesar da fermentação e da industrialização do vinho, não se consegue tirar a carga dos agrotóxicos do produto final. Então o consumidor precisa buscar conhecer mais a empresa de onde compra seus rótulos para trilhar este caminho mais saudável”, alerta.

Outra sugestão é associar o consumo de vinho com alimentos antioxidantes.

Seguem algumas indicações:

Entrada

- White Zinfandel Rosé com chips de batata baroa marinada em alecrim e acompanhada de geleia de alho negro;

Prato principal

- Chablis premier acompanhando filé de badejo ao molho de romã e manjericão;

Sobremesa

- Banyuls tinto licoroso com manga espada brûlée e manjericão.