'Vamos ter uma moda desenfreada', diz Glória Kalil sobre roupas pós-pandemia

Em live do CORREIO, consultora de moda falou como as pessoas deverão extravasar a vontade de se vestir além do básico que temos usado em casa

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  • Hilza Cordeiro

Publicado em 7 de setembro de 2020 às 21:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Imagem: Reprodução/Instagram

Pijamas, o máximo de roupas confortáveis ou mesmo só roupa íntima têm sido os looks do isolamento social em razão da pandemia. Embora o consumo de moda, assim como de uma série de outros produtos tenha sido impactado pelo cenário difícil, a consultora de moda Glória Kalil acredita que “vamos ter uma moda desenfreada” assim que for seguro voltarmos a ocupar as ruas e demais espaços. Em entrevista ao empresário Joca Guanaes em live do jornal CORREIO nesta segunda-feira (7), Glória falou sobre o comportamento que espera acontecer no pós-pandemia.

A consultora acredita que, assim que houver uma vacina contra a covid-19, as pessoas irão extravasar a vontade de se vestir e ir além do básico que temos usado em casa. Ela prevê que as pessoas se sentirão movidas a experimentar roupas novas.“A gente vai ter vontade de comprar uma coisinha diferente, usar uma cor diferente, de uma maneira nova, com uma graça, uma proporção. Vejo com bons olhos um futuro animado para a moda”, disse.Defensora da civilidade como um sinônimo atemporal de ser chic, Glorinha ainda comentou sobre como esse tempo, muito marcado pelo individualismo, tem nos afastado das práticas de cortesia e respeito. Ao mesmo tempo, os rastros de civilidade ainda podem ser vistos e nos atravessam inclusive pela moda, através do uso das máscaras, indicadas não só para a autoproteção, mas também para expressar o cuidado com o outro.

Na live, ela ainda relembrou de quando lançou uma coleção da marca italiana Fiorucci com um épico desfile num circo que se encontrava armado em Salvador. A consultora pontuou que, embora o Brasil tenha uma certa exportação de moda, não é um país reconhecido neste setor, como são França e Itália. “Não é obrigatório, não acho que um país precise ter uma projeção de moda, não é prova de desenvolvimento, de ser uma cultura melhor”, disse. 

Glória aponta que a nossa indústria ainda é muito voltada para o mercado interno e é mais vista no exterior pela força da produção de moda praia, apesar de acreditar que esse ramo é, inclusive, mal explorado por aqui. A consultora observa que a imagem internacional do Brasil, antes atrelada ao sol e à alegria, está prejudicada. “Nós sempre tivemos um reconhecimento das nossas graças. Quando a gente chegava para alguém e dizia ‘sou brasileiro’, as pessoas abriam um sorriso imediatamente. Vinha a ideia de sol, cores, festas, bom futebol, ideias positivas. Nós teremos que recuperar isso. Seria muita pena a gente não poder mais ser visto dessa maneira”, avalia.O programa #Segundou, com Joca Guanaes, acontece todas às segundas-feiras no Instagram do jornal CORREIO, às 19h.

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