Veja como vai ficar a nova orla de Amaralina; obra termina em 12 meses

Para diminuir impacto no trânsito, ciclofaixa foi desativada; no local, passam 16 mil veículos por dia

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 12:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO
. por Reprodução Fundação Mário Leal Ferreira

Quem gosta de caminhar na praia ou comer aquele acarajé no fim de tarde vai poder contar com mais um trecho de orla requalificado. A área entre Amaralina e Pituba já está em obras e deve ganhar uma nova cara. A obra, iniciada em outubro e com previsão de conclusão em 12 meses, vai requalificar 3,3 quilômetros de extensão, a partir do Quartel de Amaralina até a Vila Jardim dos Namorados, no bairro vizinho. O investimento é de R$ 38,8 milhões.

Responsável pelo projeto, a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) diz que a intervenção, que faz parte das ações municipais para a Requalificação da Orla de Salvador, foi pensada a partir do foco no paisagismo. É que até o desenho de piso que vai ser implementado levou em consideração as árvores da região. 

“Outro destaque é que em todas as paradas de ônibus serão instalados acessos à praia dotados de rampas e escadas. E em todos esses acessos haverá uma pérgula. Como se não bastasse atender a lei universal de acessibilidade, ficará, no mínimo mais charmoso e acolhedor. Elementos que sem dúvida alguma proporcionam à população o uso e apropriação do espaço público”, informou, em nota, a Fundação. 

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Quem passa diariamente pela área comemora as intervenções. “Eu quero é que fique lindo. Que traga mais gente para cá. É um espaço que sempre atraiu muita gente e que agora estava meio abandonado”, avalia Eunice Mendes, 76, moradora da região, e que passeia pelo trecho em obras quase diariamente. “Uma obra dessa dá mais vida pro lugar. Espero realmente que fique bonito”, completa a técnica em radiologia, Michele Mendes, 48.

Segundo informações da Superintendência de Obras Públicas do Salvador (Sucop), atualmente, as intervenções, que foram iniciadas no trecho do Quartel de Amaralina, pelo lado esquerdo da orla, estão na fase de realização de serviços de vala técnica, escadas e rampas de acesso à praia, além do início da execução de passeios e meio-fio.

Participação popular O projeto, batizado de Nova Orla da Pituba, foi elaborado com a participação dos principais interessados: quem mora na região. A FMLF realizou oficinas e reuniões para esclarecer as demandas de quem usa o espaço antes de realizar as definições no projeto.

Uma das reivindicações atendidas foi a melhora nas condições da praça João Amaral. O espaço terá seu espaço melhor aproveitado e ganhará quadra poliesportiva; parque infantil; quiosques de coco e acarajé; equipamentos de ginástica; paraciclo – aqueles suportes onde se prende a bicicleta -; e a primeira Colônia de Pescadores da Amaralina, que com 87 metros quadrados dará suporte aos 20 pescadores que atuam na região 

Moradora da região, a bartender Ana Souza, 30, espera ansiosa pelo resultado. “A gente vê que outras obras desse tipo na cidade deixaram as áreas bem melhores né? A gente espera que fique assim por aqui também. Se a gente tiver um resultado como o de São Caetano, por exemplo, vale a pena até os transtornos naturais da obra”, explica ela, que enfrenta engarrafamentos mais frequentes por conta das intervenções. 

Procurada pelo CORREIO, a Transalvador informou que tem dado atenção especial ao local. “Não houve alteração no fluxo de veículos que passa pelo local. Porém, por conta do estreitamento da via causado pela obra, há uma retenção especialmente nos horários de pico”, explicou o órgão. Segundo a Transalvador, são 16 mil veículos por dia passando pela área.

Uma das ações realizadas para diminuir os impactos no trânsito foi a retirada temporária da ciclofaixa. Para quem usa a bicicleta como meio de transporte, a ausência da faixa foi sentida. “Espero que seja recolocada com o fim das obras, fica muito mais seguro. Sem a faixa, às vezes, os motoristas não respeitam”, conta o autônomo Fernando Ribeiro, 59, que faz toda sua locomoção pedalando. 

Turismo  Para quem trabalha na região, a expectativa é que obra volte a atrair turistas para os passeios na praia. O vendedor ambulante Adilson Pereira, 44, faz ponto em Amaralina há dois anos vendendo água de coco e outras bebidas e diz que o movimento tem sido fraco. “Consigo vender, em um dia muito bom R$ 200. Com uma obra dessa eu espero que o pessoal passe mais por aqui e que as vendas cheguem a R$ 400”, diz. 

Outro ponto importante para os turistas é o famoso Largo das Baianas, que também foi contemplado pela requalificação. No local, será instalada uma escultura do artista Bel Borba em homenagem às profissionais. O posicionamento do monumento foi escolhido para que seja percebido já à distância. O piso será trabalhado em pedras portuguesas, nas cores vermelha, branca e preto.

A estrutura atual será substituída por um novo quiosque em madeira com acomodação para dez baianas de acarajé e espaço para uma roda de capoeira. Também serão instalados um parque infantil, equipamentos para academia de ginástica e quiosque para a comercialização de coco.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier