Ventos de Ouro abre oficinas gratuitas de introdução ao Maracatu

Atividades serão gratuitas e online, com objetivo de trazer o resgate cultural e valorização das tradições afro-brasileiras

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  • Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2022 às 16:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Benedito Cirilo

Em busca de valorizar e expandir a tradição cultural do maracatu de baque virado, o grupo de mulheres Maracatu do Ventos de Ouro, realizada entre os dias 19 de fevereiro e 12 de março, as Oficinas de Introdução ao Maracatu. As inscrições estão disponíveis até quinta-feira (17) clicando neste link. 

Serão 5 oficinas, realizadas simultaneamente, cada uma com 4 encontros, sempre às 10h dos sábados. Dança, Agbê, Alfaia, Gonguê e Caixa, são as 5 possibilidades que as interessadas no maracatu de baque virado podem escolher aprender. Além dos 4 encontros, as alunas de todas as oficinas ainda devem participar de uma roda de diálogo sobre a história e fundamentos dessa fusão artística realizada no dia 18 de fevereiro, também virtualmente. “Muitas mulheres que chegam no grupo estão com a autoestima abalada e, no maracatu, é também um espaço de reconexão com essa autoestima, ancestralidade, de se aceitar enquanto mulheres negras. Está para além do tocar”, declara Josy, fundadora e maestra do grupo, orgulhosa sobre o evento. O projeto foi contemplado pelo Prêmio Riachão – Projetos de Pequeno Porte, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, destinado pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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Maracatu e representatividade A ausência do protagonismo feminino não atinge somente o ambiente de trabalho, ou espaços considerados socialmente masculinos, mas também a cultura. 

Apesar do maracatu ascender a valorização da cultura afro-brasileira, por fazer parte da religiosidade e resistência negra, Josy Garcia, também produtora cultural e arte-educadora, conta que no maracatu a história não se construiu de maneira diferente, pois por longos anos, as mulheres não podiam tocar tambor no terreiro. 

“Os últimos anos têm sido esse momento da transformação, da mulher ocupar esse lugar. O maracatu tem uma construção matriarcal, então tem uma regência e condução feita por mulheres, ainda assim as mulheres não podiam estar na percussão”, explica.

Com isso, a ideia do Maracatu dos Ventos de usar a arte como empoderamento feminimo, nasce da necessidade de inclusão das mulheres negras em expressões culturais que resgatem a sua autoestima e potencialize essa representação.

O Maracatu Ventos de Ouro é um grupo feminino de Maracatu de Baque Virado da cidade de Salvador, fundado em 2015. Com o objetivo de difundir e fomentar o maracatu na cidade e em outras regiões, além de trazer à tona discussões sobre a mulher na sociedade, na arte, na percussão e na cultura, o grupo promove intercâmbios com diversas expressões e agentes da cultura popular, como forma de combate a discriminação e intolerância contra os símbolos e praticantes das culturas populares afro-brasileiras.