Vereador de Porto Alegre é mordido após grupo antivacina invadir sessão na Câmara

Carregando cartazes e símbolos nazistas, manifestantes promoveram uma confusão durante discussão sobre passaporte da vacina

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2021 às 18:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo pessoal e Elson Sempé Pedroso / CMPA / Divulgação

Com cartazes, camisetas e bandeiras, manifestantes invadiram a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, na tarde desta quarta-feira (20), durante uma sessão sobre o passaporte vacinal. O grupo, que se identificou como antivacina, entrou na Casa e confrontou os parlamentares que defendem a apresentação do comprovante de imunização. 

Uma briga generalizada entre manifestantes e alguns vereadores começou logo em seguida. A sessão que foi interrompida deliberava sobre o veto do prefeito Sebastião Melo (MDB) à exigência do passaporte vacinal em Porto Alegre. No município, a apresentação do documento em determinados espaços já é obrigatória desde segunda-feira em razão de determinação estadual. 

O vereador Claudio Janta (Solidariedade) contou que foi mordido no dedo por um dos manifestantes.

“Absurdo o que presenciamos nesta tarde na Câmara: vereadores foram agredidos por alguns membros do grupo antivacina. Alguns, inclusive, estavam com cartazes com o símbolo da suástica. Vergonha de quem faz essa afronta a vida!”, publicou no Twitter. Foto: Elson Sempé Pedroso / CMPA / Divulgação Além de portar símbolos nazistas, os manifestantes carregavam bandeiras do Brasil e cartazes. O grupo defende o direito de não se vacinar, por alegar que as vacinas não têm eficácia comprovada e que não garantem imunização, e de abolir as restrições para frequentar eventos no estado. A medida, segundo eles, foi implementada com intuito de “controle social”.   Em nota, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre se pronunciou contra o ato realizado na Casa. "O presidente em exercício e a Mesa Diretora desta Casa repudiam com veemência qualquer tipo de manifestação política que utilize o expediente da violência. O plenário da Câmara Municipal é a expressão da democracia na capital dos gaúchos e suas decisões são soberanas. Este Legislativo rejeita qualquer forma de intimidação contra seus integrantes”, começa.

"Em hipótese alguma esta Câmara aceitará apologia à suástica, símbolo do período mais obscuro da história moderna da humanidade. Aqueles que buscam impor suas vontades pela força ou pelo terror nunca terão guarida nesta Casa. Pelo contrário, tais indivíduos serão submetidos ao rigor da lei e responsabilizados por seus atos", completa o texto. 

O vereador Idenir Cecchim (MDB), que presidia a sessão, interrompeu os debates assim que a situação saiu de controle.