Virada de ano na Bahia: PM encerra festas em Trancoso

Em Salvador, o ponto mais crítico de aglomeração foi em Itapuã

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  • Carolina Cerqueira

Publicado em 1 de janeiro de 2021 às 17:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

A proibição por decreto estadual da realização de shows e festas em toda a Bahia, independente do número de pessoas envolvidas, não foi suficiente para inibir aglomerações . Na noite da virada, a Polícia Militar (PM) encerrou duas grandes festas em Trancoso, distrito de Porto Seguro. Segundo a PM, ao todo, quatro eventos expressivos já foram encerrados desde o início das operações e, a cada dia, em média dez eventos sofrem intervenção da polícia na região. 

As duas grandes festas que aconteceram na quinta-feira (31) foram interrompidas em mansões de condomínios de luxo de Trancoso. A primeira festa reuniu mais de 150 carros enfileirados do lado de fora, sem contar com vans e táxis que faziam o serviço rotativo. A segunda, interrompida às 5h desta sexta-feira (1º), reuniu cerca de 200 pessoas. Um advogado foi conduzido pela PM pelo crime de desacato à autoridade. 

As aglomerações em Trancoso não se concentraram na noite da virada. A Polícia Militar encerrou, no dia 27, uma festa particular na cidade. O evento acontecia em uma casa de um condomínio de luxo e tinha em torno de 200 pessoas. Segundo a PM, após tomarem ciência da ocorrência da festa, denominada de Sarará, por volta de 21h, policiais foram até o local indicado e constataram a veracidade da denúncia. O responsável pelo evento fugiu com a chegada das autoridades, mas foi identificado. 

Outra festa particular encerrada também pela PM foi um evento com cerca de 400 pessoas que aconteceu na noite do dia 29, em uma casa de propriedade da cantora Elba Ramalho. Ela disse, contudo, que o imóvel estava alugado para turistas de São Paulo, que não participou da festa e nem estava ciente do evento.

Na capital A Guarda Civil Municipal (GCM) de Salvador, junto à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), atuou no ordenamento de ambulantes e na dispersão de pontos de aglomeração, em Piatã e Itapuã, antes da virada. Segundo o porta-voz da GCM, Itapuã foi o local mais crítico. O trabalho ficou concentrado em fechar a Barra e monitorar a região do Comércio, onde não houve problemas. A população colaborou com a saída da Barra e poucas pessoas estiveram no local. No Comércio também não houve aglomerações. 

Segundo a Semop, 99% dos ambulantes respeitaram as restrições e poucos casos de apreensões foram registrados no Rio Vermelho, Piatã e Itapuã. Na Barra e no Centro, não houve registros de apreensões.

Agentes de fiscalização foram orientados a evitar que as pessoas se aglomerassem em bares e, principalmente, nas praias onde tradicionalmente as pessoas se encontram para a virada. Tanto que, desde às 17h desta quinta-feira (31), a praia da Barra foi fechada. Viaturas, motocicletas e até um drone contribuíram para que a Guarda Civil Municipal consiga monitorar reuniões de pessoas no bairro e em outros locais.

Para garantir o ordenamento e evitar comemorações de grandes grupos, mais de 100 agentes da GCM atuaram em toda região da Barra, Comércio, Rio Vermelho, Piatã e Itapuã. A fiscalização segue até sexta-feira (1º), quando todas as praias de Salvador serão proibidas de serem frequentadas.

Festa no ferry Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram que na noite de quarta-feira (30), durante uma viagem de ferry-boat, aconteceu uma festa do tipo paredão improvisada dentro da embarcação.  

Durante o embarque no Terminal de São Joaquim, algumas pessoas promoveram um paredão dentro de uma das embarcações, que seguia lotada para a Ilha de Itaparica. As pessoas estavam sem máscaras – outras usando o acessório embaixo do queixo – dançando, bebendo, entre os carros – um deles com o equipamento do paredão. 

Pelas imagens, que foram enviadas por leitores ao @correio24horas, é possível ver dezenas de pessoas aglomeradas e fora dos carros.

O CORREIO procurou a Internacional Travessia Salvador, administradora do sistema ferry-boat, para saber se houve fiscalização, se a aglomeração está aliada à demora de horas para conseguir embarcar no ferry boat, por exemplo. Em nota, a empresa informou que a tripulação tentou intervir, mas não conseguiu impedir. 

Ainda segundo a empresa, mesmo em situações normais, independe de pandemia, festas não são permitidas nas unidades, nem som em carros durante as viagens. 

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier