Vírus e Arte

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  • Cesar Romero

Publicado em 20 de abril de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Obra de Artur Barrio

Nestes tempos hamárticos de Coronavírus, quarentena, politicagem rasteira, quando o dinheiro é o problema, somos obrigados a ficar em casa, uma “prisão domiciliar”. O vírus existe e é terrível.

A quarentena é sufocante, mas necessária para o controle da pandemia. Tempos difíceis para os artistas visuais. Artistas em sua maioria não entendem de gestões, vivem o mais simples, criam seus produtos, vendem e vivem disso. Durante a quarentena, podemos ter certos ganhos.

Como: atualizar o currículo buscando fazer um completo e outro um resumo bem enxuto. Escrever projetos, escrever seu programa teórico, pendências que esperavam por tempo, revisar sua arte, ver possibilidades e saídas, fortuna crítica, avaliar sua carreira, rever novos conceitos, estoques de ideações, situar-se no meio artístico, trocar com os colegas informações, atualizações sobre arte, nas mídias sociais e leituras de livros de arte ou clássicos da literatura. Ainda alongamentos, relaxamentos, corrida estacionária, basta um (metro quadrado), exercícios respiratórios.

A monotonia pode dar lugar à criatividade. Picasso (1881 – 1973) pintou a Guernica (1937), um manifesto contra a violência, durante a Guerra Civil Espanhola. Francisco de Goya (1746 – 1828), pintou as Guerras Napoleônicas e os horrores sofridos pelos espanhóis. A pintura “3 de maio de 1808” é referência no Brasil pós golpe militar de 1964, surgiram obras de artistas que protestaram contra a ditadura especialmente Artur Barrio (fotos abaixo), com suas Trouxas Ensanguentadas, Antonio Manuel, Cildo Meirelles, entre outros.

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Os nossos governantes poderiam pensar numa ajuda emergencial para os artistas plásticos, que em sua maioria são pessoas de poucos recursos: comprar uma obra de cada um, que já tenha um caminho definido, uma reserva emergencial. Esta obra pode ser distribuída entre prédios públicos, melhorando muito o aspecto frio das repartições.

Empréstimos exclusivamente para compra de materiais de trabalho como lápis, papel, tintas, pincéis, sprays, telas, o que for necessário. Disponibilizar medicações gratuitas para portadores de doenças crônicas e que não são oferecidas pelo governo através do Ministério da Saúde (SUS). Pode-se pensar em palestras, leilões de arte, feiras de arte, consórcios via mídias sociais.

O setor cultural brasileiro é responsável por 4% do PIB nacional e emprega mais de 5 milhões de pessoas. Segundo o IBGE, o setor possui 300 mil empresas de pequeno e médio porte.

O vírus vai passar a quarentena também e os meios de comunicação vão ter que se reinventar. Na dor, a humanidade vai aprender o altruísmo, o amparo e a solidariedade.