Vitória da Conquista: PF deflagra operação contra fraudes em títulos de terras públicas

Cerca de vinte policiais cumprem quatro mandados de busca e apreensão e cinco mandados de intimação em Salvador e Vitória da Conquista

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 07:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira (21) a Operação Arcaico, que tem como objetivo combater crimes relacionados a fraudes em títulos de propriedade de terrenos da União, em Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano.

Cerca de vinte policiais cumprem quatro mandados de busca e apreensão e cinco mandados de intimação nos municípios baianos de Salvador e Vitória da Conquista. Os investigados foram indiciados pelos crimes de associação criminosa, estelionato, extravio de livro ou documento, prevaricação, falsidade ideológica, falsificação de documento público, extorsão e alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria.

De acordo com a PF, a operação é fruto de uma investigação iniciada em janeiro de 2019, quando o órgão tomou conhecimento de que um casal de ex-juízes de direito do estado, uma advogada e um corretor de imóveis estariam comercializando - como se fossem donos fossem - terrenos que haviam sido destinados pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para a construção das novas sedes da Delegacia de PF em Vitória da Conquista, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego.

Ainda segundo informações da PF, a fraude teve início em 2016, com a confecção de uma certidão falsa do 3º Tabelionato de Notas de Vitória da Conquista, que atestava a existência de uma suposta escritura pública de compra e venda da área em questão, datada de 1994, cujo livro havia sido extraviado. A partir dessa certidão, teria sido feito um registro imobiliário no 1º Ofício de Imóveis de Vitória da Conquista, em um livro que, concidentemente, estaria totalmente danificado e ilegível, impossibilitando a sua verificação.

Os investigados conseguiram, então, em curto espaço de tempo, cancelar administrativamente a matrícula da propriedade da União, e a partir daí o casal, a advogada e o corretor passaram a ameaçar algumas pessoas que ocupavam irregularmente a área, exigindo pagamentos em troca da manutenção de suas residências e negócios.