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Yan Inácio
Estadão
Publicado em 9 de junho de 2025 às 17:02
Antes do início dos interrogatórios dos integrantes do “núcleo crucial” da trama golpista ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (9), o clima foi de descontração entre os acusados. Impedidos de conversar por decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes, os réus se cumprimentaram com continências e saudações militares. >
O STF montou um esquema especial para evitar que os acusados tivessem contato direto com a imprensa no momento da entrada na corte. Eles acessaram o local por uma entrada reservada. Os réus ficaram sentados lado a lado durante as delações.>
Sexto a dar depoimento, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos primeiros a chegar no plenário da Primeira Turma do STF. Ele foi ao banheiro e ficou por volta de dez minutos trancado, segundo a Folha de S. Paulo. >
Bolsonaro assistia vídeos minutos antes do início da sessão. Quando voltou, abraçou os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira e cumprimentou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, com tapas nas costas.>
O delator e primeiro a depor na sessão desta segunda cumprimentou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres com um abraço e aperto de mão. Já os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio foram saudados com uma continência pelo tenente-coronel.>
Conforme a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Jair Bolsonaro é acusado de ser o líder da organização antidemocrática que organizou uma tentativa de golpe de estado depois da derrota nas eleições de 2022.>
Julgamento da trama golpista >
Mauro Cid é o primeiro réu a ser interrogado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que julga as ações do “núcleo crucial” da trama golpista. Por ter fechado acordo de delação premiada, os outros julgados têm o direito a falar por último.>
As audiências vão ocorrer presencialmente na sala de sessões da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Os sete acusados vão ficar frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).>
O tenente-coronel é o único que prestou depoimento a Moraes anteriormente, quando teve que esclarecer contradições de sua delação. As defesas estão preparadas para explorar as diferentes versões do ex-assessor em uma tentativa de descredibilizar as acusações.>
Na sequência, os réus vão ser chamados por ordem alfabética: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e Casa Civil).>
Braga Netto será ouvido por videoconferência do Comando da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro, onde está preso desde dezembro de 2024. Os réus vão sentar lado a lado e devem permanecer na sala de sessões. Eles só podem pedir para ser dispensados das audiências quando chegar a vez de prestar depoimento. Todos têm o direito de ficar em silêncio.>