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Conheça cinco curiosidades do Jardim Etnobotânico de São Marcos

Ativo foi inaugurado na manhã desta quinta-feira (5)

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 5 de junho de 2025 às 13:56

Inauguração da Trilha Etnobotânica de Salvador
Inauguração da Trilha Etnobotânica de Salvador Crédito: Millena Marques/CORREIO

Há uma intensa conexão entre as plantas e as comunidades de terreiros de religiões de matriz africana. As plantas são utilizadas em práticas de cura abrangendo um universo de mistérios, são nomeadas com nomes de orixás e utilizadas em outros rituais religiosos. Pensando nessa relação, a prefeitura de Salvador criou uma Trilha Etnobotânica no Parque Botânico da cidade, situado no bairro de São Marcos. Inaugurado na manhã desta quinta-feira (5), o trajeto contém áreas de contemplação onde são apresentados vegetais e espécies cultivados tradicionalmente por comunidades afro-religiosas.

A trilha, inserida em uma região de Mata Atlântica, tem 800 metros e 14 espaços de contemplação. Entre eles estão a Árvore dos Ancestrais, a Encruzilhada do Mensageiro e o Caminho dos Metais, os três primeiros da rota. A encruzilhada, por exemplo, é um espaço reservado para divindades Esú, Nzila e Legbá. O espaço era uma antiga caixa d'água do parque que foi transformada num monumento. Quem assina a obra é o escultor, muralista, pintor, desenhista e intervencionista urbano Bel Borba.

"Hoje já vivemos de fato uma revolução ecológica. O monumento também é um portal e o ponto de partida de uma trilha ecológica parque à dentro. Esse portal se chama 'portão de Exú'. Ao longo dessa caminhada etnobtânica terão outras alusões a orixás, mas o caminho se abre sob o portão de Exú. Exú é o orixá da comunicação e da linguagem: assim, atua como mensageiro entre os seres humanos e o divino", escreve o artista soteropolitano.

Os 14 locais foram separados com informações dos orixás e a relação deles com cada espécie de planta cultiva no espaço. "É muito importante ter, dentro de Salvador, um Jardim Etnobotânico porque representa o compromisso de preservação com a área verde e o reconhecimento da importância das religiões de matriz africana. Discutir isso em Salvador é muito importante, sendo Salvador a cidade mais negra fora de África", disse a secretária de Reparação da capital, Isaura Genoveva.

"Entregamos o nosso Jardim Etnobotânico quem esse diferencial em relação aos outros parques botânicos do Brasil. Aqui, não só a preservação com um acervo de 60 mil espécies da Mata Atlântica, mas também temos aqui a preservação da história, da cultura da nossa religiosidade, da nossa ancestralidade, preservando aqui, associando a vegetação aos orixás, que são símbolos das religiões de matriz africana", disse o prefeito Bruno Reis.

O Jardim Botânico de Salvador está aberto de segunda a sábado, das 8h às 17h. A entrada é gratuita. A Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal (Secis), gestora do local, orienta que visitas em grupo sejam agendadas por meio do telefone (71) 99676-7934 ou pelo e-mail [email protected]. Os visitantes são orientados a não depositar matéria orgânica nos espaços pois há riscos de atrair animais peçonhentos. As manifestações e os eventos artísticos também podem causar danos à fauna e à flora local. É recomendado a utilização de calçados fechados.

"É extremamente importante entregar um ativo do Jardim Botânico que é um espaço belíssimo, que a população precisa conhecer, e ainda trazemos esse tema da questão da matriz africana. Ter um equipamento público, botânico, com relação às influências de matriz africana em Salvador é muito importante", finalizou o secretário da Secis, Ivan Euler.

5 CURIOSIDADES

1. Trilha conta com 800 metros em uma área de Mata Atlântica;

2. Quatorze espaços são dedicados a diversos orixás, entre eles Ogum, Exú e Iemanjá;

3. Visita é totalmente gratuita e acontece de segunda a sábado, das 8h às 17h;

4. Visitantes podem ter contato com 60 mil espécies de plantas da Mata Atlântica;

5. É o primeiro Jardim Etnobotânico do Brasil. 

Inauguração da Trilha Etnobotânica de Salvador por Millena Marques/CORREIO