Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

'Tremia a casa toda': moradores relatam pânico no Rio Vermelho

Operador de retroescavadeira que fazia demolição ficou ferido e cachorro foi soterrado; ambos foram socorridos e estão fora de perigo

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 12 de setembro de 2025 às 15:52

Uma casa teve o muro atingido durante demolição no Rio Vermelho Crédito: Larissa Almeida/CORREIO

demolição do prédio onde funcionava a antiga Faculdade Ruy Barbosa, no Rio Vermelho, em Salvador, deixou um operador de retroescavadeira ferido, na manhã desta sexta-feira (12). O acidente ainda causou o soterramento de um cachorro e derrubou o muro de uma casa.

O trabalhador foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e está fora de perigo. Já o cachorro foi resgatado pelo morador Antônio de Cerqueira, que estava preparando o almoço no momento em que tudo aconteceu. Ele relatou o susto com o estrondo da demolição.

"Eu estava fazendo a comida e, em pouco tempo, ouvi um estrondo que tremeu tudo dentro de casa. Quando eu saí para olhar, tinha uma nuvem de poeira. Na rua inteira, ainda há um rastro para qualquer um ver. Quando cheguei na casa do vizinho, estava lá tudo destruído e o cachorro estava soterrado", narra.

Confira os estragos da demolição que atingiu casa no Rio Vermelho por Larissa Almeida/CORREIO

Após salvar o animal, Antônio conseguiu identificar os estragos do acidente. Segundo ele, a retroescavadeira escorregou e ficou vulnerável em um ponto crítico do terreno. "Ela estava em cima de um monte de barro. Me preocupa que, se chover e aquele barro correr, a máquina vai descer", afirma.

Morador do Vale das Pedrinhas há 30 anos, o aposentado Moisés Borges, 56, ficou amedrontado com o acidente. Isso porque a retroescavadeira ficou pendurada em um local que, se cair, atinge o prédio onde ele mora com mais três pessoas.

Foi desesperador. Eu estava aqui com medo dessa demolição e, [na hora], tremia a casa toda. Eu liguei para a minha esposa e desci com medo. Quando voltei, em um espaço de 20 minutos, caiu tudo de vez. Foi terrível, porque eu não sabia nem onde tinha colocado a chave. [Passou na minha cabeça] que ia cair a casa toda

Moisés Borges

Morador do Vale das Pedrinhas há 30 anos

Após o susto inicial, Moisés diz que recebeu assistência da construtora e da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Nesta sexta, ele, a esposa e os demais moradores do prédio serão acomodados em um hotel. Posteriormente, a Codesal ficará responsável por uma acomodação até que a casa em que vivem fique fora de risco.

Em entrevista ao CORREIO, o arquiteto plantonista da Codesal, Paulo Passos, disse que os imóveis na base da encosta que foi atingida estão sendo evacuados. "Na encosta, encontra-se um risco potencial de desabamento. Em vistoria cautelar, que é feito pela própria empresa, alguns imóveis já foram evacuados. Eu só vi um imóvel até então e não tenho horário para sair daqui, porque não sei quantos imóveis foram afetados", frisa.

Demolição prevista

De acordo com um representante do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), a demolição já estava prevista. No local, inclusive, um alvará de demolição da prefeitura expedido em 2023 – válido até o dia 20 de setembro deste ano – informa o procedimento.

Além disso, uma moradora chegou a afirmar que a construtora Direcional, responsável pela obra, havia custeado a hospedagem dos moradores em uma pousada. A informação foi confirmada por outro morador, que preferiu não se identificar, mas assegurou que recebeu uma proposta, ainda na quinta-feira (11), para sair da própria casa.

No local onde ocorreu a demolição está sendo construído o condomínio Viv Rio Vermelho em uma área de 6.382,50 m², na Rua Francisco Rosa. O empreendimento prevê a construção de duas torres que vão comportar 238 unidades residenciais e uma garagem com 240 vagas.

O local do acidente está isolado. Inicialmente, informações preliminares dão conta de que funcionários da construtora foram resistentes à entrada da Polícia Militar e do sindicato no espaço. No momento, equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil de Salvador (Codesal) atuam no local para avaliar os impactos, assistir os moradores e determinar a causa do acidente.

A reportagem procurou a construtora Direcional para obter um posicionamento. A empresa disse que está resolvendo questões internas antes de se manifestar. O espaço segue aberto.