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Mulher espancada por zelador em prédio no Rio Vermelho está em coma induzido

Vítima foi brutalmente agredida por funcionário do prédio onde vive há cerca de cinco anos

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 27 de agosto de 2025 às 17:44

Zelador foi filmado carregando a gasolina utilizada no incêndio
Zelador foi filmado carregando a gasolina utilizada no incêndio Crédito: Reprodução

Enquanto vizinhos de um prédio do Rio Vermelho se dividiam entre o desespero em ter o primeiro andar do prédio incendiado e gritos vindos do quarto andar, uma professora de 48 anos era brutalmente agredida pelo zelador do condomínio. A vítima foi socorrida por militares por volta das 7 horas da manhã desta quarta-feira (27). Inconsciente, ela foi levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde está em coma induzido. 

A informação sobre o estado de saúde da vítima foi confirmada por amigos da mulher, que é carioca e vive sozinha em Salvador. Eles estiveram no hospital durante a manhã e confirmaram que ela sofreu diversos traumas no rosto e teve duas costelas fraturadas. A mulher foi surpreendida pelo ataque do zelador Osvaldo Conceição Ferreira. Além de espancar a mulher, ele ateou fogo no corredor do primeiro andar do edifício Condomínio Morro das Pedras, causando pânico entre os moradores. 

Ela segue desacordada e entubada em uma sala vermelha do HGE. A técnica do coma induzido é utilizada para poupar energia e preservar o paciente que enfrenta quadro delicado de saúde. A ocorrência foi registrada como tentativa de feminicídio. O agressor, que se jogou do primeiro andar do prédio, também está internado no Hospital Geral do Estado. Ele recebeu voz de prisão e está custodiado na unidade de saúde. 

Professora relata assédio em livro de ocorrências do condomínio por Reprodução

A delegada Zaira Pimentel, responsável pelo caso, disse em entrevista que o caso inicialmente foi tratado como incêndio. Mas, tão logo os primeiros moradores do prédio foram ouvidos, a polícia constatou que tratava-se de um caso a ser investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). 

"No hospital, nós constatamos que se tratava de uma situação de dano qualificado, pelo uso de substância inflamável (gasolina), e tentativa de feminicídio. Não porque o agressor e a vítima tivessem em um relacionamento, mas pela desconsideração da condição de mulher da vítima", explicou a delegada. Ela diz ainda que outros crimes estão sendo apurados pelos investigadores. Durante a tarde desta quarta-feira (27), moradores do prédio e pessoas próximas à professora prestaram depoimento. 

A professora, para tentar se defender, entrou em luta corporal com Osvaldo Conceição. A polícia investiga o que teria provocado a agressão. O funcionário mora de favor no prédio, junto com a esposa e o filho pré-adolescente. Todos estavam no condomínio no momento em que Osvaldo colocou fogo no primeiro andar e agrediu a professora. Osvaldo, inclusive, avisou a companheira de que iria comprar gasolina, como ela própria relatou em depoimento. A esposa do zelador não quis conceder entrevista ao ser abordada pela reportagem no DHPP. 

Relato de assédio

Em janeiro do ano passado, a vítima registrou no livro de ocorrências do condomínio um episódio em que teria sido assediada pelo zelador. Ela narra que o homem a chamou para tomar vinho, em um sábado à noite, através de um aplicativo de mensagens. No relato, a mulher pede que sejam tomadas providências uma vez que ela se sentiu incomodada pela abordagem. 

Professora relata assédio em livro de ocorrências do condomínio por Reprodução

"Gostaria que alguma providência fosse tomada, pois como funcionário do prédio, o 'seu' Osvaldo tem obrigação de manter o devido respeito aos moradores e não lhes causar nenhum tipo de importunação", escreveu. Uma amiga da vítima, que é funcionária de um estabelecimento comercial localizado próximo ao prédio, confirmou os relatos de assédio e também disse, em depoimento, que é constantemente assediada pelo homem no local onde trabalha. 

Ela mora sozinha e, me contou, que inicialmente pedia favores para ele [zelador], como trocar uma cortina e regar as plantas quando ela viajava. Mas ele começou a chamar ela para sair e ela sempre cortou. Até que chegou ao ponto de ela falar com a esposa dele que estava sendo assediada. Mesmo assim, ele continuava

Amiga da vítima

Funcionária de mercado

A reportagem conversou com três moradores do prédio. Os relatos têm em comum o fato de que o comportamento do zelador vinha deixando diversas pessoas insatisfeitas. "Ele gostava de uns moradores, que tratava bem, e de outros, não. Quando não gostava, ele não levava as correspondências, não fazia o que deveria fazer no trabalho", conta um morador. Osvaldo, a esposa e o filho começaram a morar no prédio durante a pandemia. O morador conta que já havia notado que o funcionário abusava do consumo de bebidas alcoólicas. 

"Ele sempre foi cordial comigo. Nunca tive problemas com ele. Mas ele pareceu atacar as pessoas de quem ele não gostava. De uns tempos para cá, ele aparecia embriagado e até parecia que estava sob efeito de outros tipos de droga", comentou. Osvaldo ainda não prestou depoimento. A polícia investiga se o zelador desconfiava que seria demitido e que, por isso, teria se revoltado. 

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