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Elaine Sanoli
Publicado em 22 de maio de 2025 às 05:20
A vacina contra a gripe foi liberada para toda a população baiana desde a última terça-feira (20). A indicação das secretarias de saúde é que o imunizante seja aplicado em todas as pessoas a partir de seis meses de idade. Embora seja uma fonte segura de proteção contra o vírus da influenza, há ressalvas para determinados grupos de pessoas, que não devem ser vacinadas ou deve tomar cuidados específicos na aplicação. >
Um desses grupos é o de pacientes recém transplantados. Segundo o médico infectologista e pesquisador chefe e professor titular do Instituto SENAI de Inovação em Saúde, Roberto Badaró, as pessoas transplantadas devem evitar vacinas pouco após a cirurgia, pois estão recebendo imunossupressores, o que vai reduzir a sua imunidade. "Mas logo depois que ele se estabiliza, pode tomar a vacina. Em geral a estabilização do transplantado leva cerca de dois anos", explica. Badaró afirma que o imunizante pode ser aplicado um pouco antes do período e que não haverá danos à saúde, mas a resposta do organismo é mais efetiva no período de estabilização. >
O médico explica ainda que a recomendação de idade mínima de seis meses para vacinação se dá pelo sistema imunológico pouco maduro para responder à imunização. A vacina em si não oferece riscos para as crianças, visto que é produzida a partir de um vírus morto ou inativado. Nesse caso, não há possibilidade de replicação viral. "Eles evitam e esperam a criança ficar um pouco maior, acima de seis meses, porque o sistema imunológico responde melhor, mas não tem contraindicação formal.">
De acordo com o Instituto Butantan, desenvolvedor de 100% de todas as vacinas contra a gripe aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pessoas que apresentem sinais de anafilaxia (alergia grave) à ingestão de ovo devem ter cautela, mas também precisam ser vacinadas. Para que o procedimento seja realizado de forma segura, o imunizante tem que ser aplicado em ambiente adequado para tratar possíveis manifestações alérgicas graves. A vacinação deve ser aplicada sob supervisão médica, preferencialmente.>
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a imunização pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias, de 39% a 75% a mortalidade global e em aproximadamente 50% as doenças relacionadas à influenza. A vacina é segura e está disponível em todos os postos de saúde da Bahia. >
Roberto Badaró explica que a vacina atual atua no organismo para proteger contra as variantes H1N1 e H2N3 do vírus influenza. Por conta da mutação do vírus, as campanhas de vacinação são realizadas anualmente. Por isso, é necessário tomar o imunizante todos os anos. Cerca de duas a três semanas após a aplicação da vacina a imunidade é geralmente obtida e sua proteção dura de seis a 12 meses, sendo a sua proteção máxima durável por cerca de quatro meses.>
A vacina pode provocar febre e dor na região da aplicação durante os primeiros dias, o que é uma reação normal, mas não tão frequente, visto que o corpo está em processo de reconhecer a substância para produzir os anticorpos necessários. "Embora seja uma coisa inconveniente ficar com um pouco de febre, com dor no braço, é seu organismo lhe ajudando", ressalta. >