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Wendel de Novais
Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 07:31
Apesar de dois dos técnicos de internet mortos por traficantes por causa da falta de pagamento de ‘pedágio’ da empresa para qual trabalhavam serem experientes e terem sido ameaçados antes por criminosos, um deles ainda começava sua jornada no emprego. Patrick Vinícius dos Santos Horta, 28 anos, estava no segundo dia como técnico de internet, após passar cerca de seis meses desempregado, quando foi sequestrado, amarrado e morto, segundo informações repassadas por familiares. >
O trabalhador, que estava acompanhado de Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, e Jackson Santos Macedo, de 41, é pai de um menino de 7 anos, morava no bairro de Castelo Branco e estava tentando retomar a atuação no mercado de trabalho para sustentar a criança. Ricardo e Jackson, por outro lado, já eram mais experientes no serviço. Os dois eram amigos próximos pelo tempo que passavam juntos no serviço e foram alvos de intimidações antes de serem executados. >
Vítimas gravaram vídeo brincando antes de morrer
Segundo uma parente de Ricardo, traficantes abordavam os técnicos e mandavam recados intimidadores à empresa para a qual eles prestavam serviço, exigindo o pagamento de um “pedágio” para permitir a atuação nas áreas controladas pela facção. “Ele morreu inocente, por causa dessa cobrança. Disseram que, se a empresa não pagasse, onde os técnicos fossem, eles iriam matar”, afirmou a familiar, que teve a identidade preservada por segurança. >
As investigações indicam que a cobrança era direcionada à Planet Internet, provedora que atua em bairros da região de Pirajá e do Subúrbio Ferroviário. A empresa divulgou nota lamentando as mortes. A polícia aponta que a execução dos funcionários teria sido uma forma de punição imposta pelo grupo criminoso diante da recusa ou falta de pagamento da taxa ilegal. >
Ainda conforme a apuração, Ricardo, Jackson e Patrick foram encontrados mortos com fardas de trabalho, com mãos e pés amarrados. Não há registros de processos judiciais contra eles no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o que reforça a versão de que eram trabalhadores sem qualquer ligação com o crime. Policiais militares da 14ª Companhia Independente da PM (CIPM/Lobato) atenderam à ocorrência e isolaram a área até a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT). >