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Portal Edicase
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 18:02
Com 5,9 milhões de doadores cadastrados, conforme o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), o Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. >
Contudo, a falta de doadores dificulta que esses números sejam transformados em doações concretas. Isso porque poucas pessoas atendem ao chamado e muitas não atualizam os dados cadastrais. Segundo o REDOME, uma em cada três pessoas apresenta dados incorretos no formulário de doador. >
A fim de promover a conscientização sobre a importância da doação de medula óssea e para mudar essa realidade, foi criado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, também conhecido como World Marrow Donor Day (WMDD) . Ele é celebrado no terceiro sábado de setembro, ou seja, neste ano, será comemorado no dia 20. >
“Esse dia tem como objetivo reafirmar a importância da doação de medula óssea, agradecer a todos os doadores e destacar a cooperação global pelo transplante de medula óssea”, detalha Regiane Sales, hematologista do Hospital Anchieta. >
Assim como doar sangue, ser um doador de medula óssea representa um gesto de carinho, cuidado e preocupação com o próximo. “A medula óssea doada servirá para o transplante de medula óssea, também chamado de transplante de células-tronco hematopoiéticas, que é um tratamento que objetiva substituir uma medula óssea doente por uma saudável, a fim de restabelecer a produção normal das células sanguíneas e contribuir para a cura de diversas doenças”, explica Jackeline Felix, hematologista do Hospital Anchieta. >
O transplante é indicado no caso de diversas enfermidades , como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, aplasia de medula e imunodeficiências. “A espera dos pacientes por um doador compatível costuma durar meses, portanto, um maior número de doadores é essencial para ampliar as possibilidades de compatibilidade e acelerar o procedimento de doação”, acrescenta a médica. >
Para realizar o cadastro e se tornar um doador de medula é preciso ter entre 18 e 35 anos, boa saúde, não apresentar doenças como as infecciosas, as imunológicas, as hematológicas (do sangue) e doença neoplásica (câncer) nem qualquer condição incapacitante. Estando de acordo com os pré-requisitos, a pessoa deve fazer um registro no hemocentro de seu estado e doar 10 ml de sangue para análise. >
A partir do material coletado no cadastro, serão realizados testes de compatibilidade mais completos, o que poderá facilitar a identificação de doadores compatíveis. Vale ressaltar que, após o registro, os dados do doador ficarão armazenados e a doação poderá ser realizada até os 60 anos. Só é importante manter as informações atualizadas. >
“O material coletado passa por um exame de histocompatibilidade (HLA) e as informações do doador entram no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). Já o paciente que precisa de transplante é cadastrado no REREME (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea) e o sistema procura por um doador compatível”, explica Regiane Sales. >
Verificada a compatibilidade entre doador e paciente, o doador é convocado para realizar o procedimento de coleta das células-tronco hematopoiéticas. “Isso pode ser feito pelo sangue periférico por meio de uma máquina de aférese ou pela punção com agulha nos ossos da bacia. Essa última forma de coleta é feita em centro cirúrgico e sob anestesia, de forma que o doador não sentirá dor”, complementa Regiane Sales. >
Do outro lado, o material doado será infundido no paciente por meio de um cateter venoso, de forma similar a uma transfusão de sangue. “Por meio da circulação, essas células chegarão até o interior dos ossos produtores de medula óssea, onde é esperado que se multipliquem e formem uma nova medula óssea”, conclui Jackeline Felix. >
Por Frederico Lorenz Beck >