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Portal Edicase
Publicado em 8 de agosto de 2025 às 21:00
Com a recente sanção da Lei nº 15.176/2025, a fibromialgia passou a ser reconhecida como deficiência física em todo o território nacional. A medida representa um avanço no acolhimento de uma condição invisível aos olhos, mas presente de forma intensa na vida de cerca de 3% de brasileiros, conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). >
Contudo, a nova legislação tem gerado impacto tanto na área da saúde quanto em discussões sobre inclusão social. Isso porque ela permite que pessoas com a condição sejam enquadradas legalmente como Pessoas com Deficiência (PCD), garantindo acesso facilitado a políticas públicas, vagas de trabalho, concursos e benefícios sociais. >
Dores na coluna
Um dos pontos mais debatidos após a aprovação da lei é o fato de que a fibromialgia não possui biomarcadores específicos. Ou seja, não existe um exame laboratorial que comprove, de forma objetiva, a presença da doença. O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas descritos pelo paciente, como dor musculoesquelética difusa, cansaço extremo, distúrbios do sono, alterações cognitivas e até depressão. >
“A dor da fibromialgia não é uma dor comum, ela é crônica, difusa e contínua, afetando o corpo de forma generalizada e impactando funções básicas do dia a dia”, explica o ortopedista e especialista em dor Dr. Luiz Felipe Carvalho. >
Esse cenário leva à desconfiança de muitos, inclusive na comunidade médica, tornando a jornada do paciente ainda mais difícil. “O paciente com fibromialgia muitas vezes ouve que está exagerando, que é estresse ou frescura. Por isso, o reconhecimento legal é também um reconhecimento simbólico dessa dor e da luta dessas pessoas”, destaca o médico. >
Apesar de ainda não haver cura para a fibromialgia, o controle dos sintomas é possível com um plano de cuidados integrativos.Segundo oDr. Luiz Felipe Carvalho, o mais importante é individualizar o tratamento, respeitando os limites e necessidades de cada paciente. >
“Tratar a fibromialgia não é simplesmente passar um remédio. É preciso cuidar do corpo e da mente, com foco na qualidade de vida . O paciente não deve ser tratado com descrença, mas com empatia e ciência”, afirma. >
Alguns dos recursos mais eficazes para gestão da dor, são: >
Entre as várias técnicas usadas no controle da doença, o yoga ajuda a equilibrar a mente e as emoções, diminuindo o estresse e a ansiedade, que podem piorar a percepção da dor. “As técnicas de respiração consciente ajudam a ter mais equilíbrio e amenizar esses sintomas, especialmente em condições em que há uma forte ligação emocional, como a fibromialgia”, explica o professor de yoga Francisco Kaiut. >
Conforme o professor de yoga Ravi Kaiut, o grande diferencial está em como a prática atua no sistema nervoso, musculoesquelético e no equilíbrio hormonal, ajudando o organismo a responder melhor aos tratamentos médicos. “O yoga é um recurso que complementa tratamentos , agindo no alívio de dores, melhora da mobilidade e qualidade de vida de quem convive com diversas condições clínicas”, conclui. >