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Carol Neves
Alan Pinheiro
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 16:15
A inteligência artificial não é uma tendência passageira, mas uma realidade inevitável que exige preparo, ética e responsabilidade. Essa foi a mensagem central trazida por Cléber Paradela, vice-presidente de Inovação e Conteúdo da agência DM9, que participou do Agenda Bahia 2025, realizado nesta quarta-feira (20), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no bairro do Stiep, em Salvador. >
“Acho que a gente não pode ser nem cavaleiro do apocalipse de achar que tudo vai dar errado por conta da inteligência artificial, e nem entregar nossa vida inteira, nossos dados, nosso pensamento e tudo para a inteligência artificial, achando que ela só veio para nos ajudar, que ela é boazinha, e que é de graça, e que está tudo bem”, afirmou Paradela, ao comentar os extremos de visão sobre a tecnologia.>
O publicitário defendeu o uso estratégico e consciente da IA como ferramenta para impulsionar a economia criativa e a produtividade, temas centrais desta edição do evento, cujo tema é “Bahia Produtiva 2030: Destravando o Futuro Agora”. Para ele, o avanço tecnológico é irreversível, mas exige preparo técnico e visão crítica.>
“É um caminho sem volta, o mundo vai virar isso e não tem freio, gostando ou não. Então tem que usar. Mas se você puder usar desde o início com parcimônia, com ética, com conhecimento principalmente de riscos, você já consegue sair um pouco mais avançado”, afirmou.>
Paradela alertou para os riscos de dependência excessiva da tecnologia e destacou a importância da presença humana no processo. “Se você monta um modelo que dependa 100% da inteligência artificial, você pode ter erros, pode ter vieses da máquina. Se não tiver o homem, a humanidade, no ciclo, aquilo pode cometer um erro”, afirmou. Ele também pontuou que decisões mal avaliadas hoje, com foco apenas na redução de custos, podem gerar impactos negativos no futuro.>
Para ilustrar o grau de responsabilidade que o uso da IA exige, o executivo comparou o processo a pilotar um avião. “Você vai andar muito mais rápido e chegar muito mais longe, mas ao mesmo tempo vai ter muito mais responsabilidade, porque qualquer coisa que você fizer pode derrubar aquela aeronave”, explicou.>
Agenda Bahia reuniu nomes como Cléber Paradela e Fábio Duarte
Regulação e velocidade das transformações>
Ao comentar o atual debate sobre a regulação das redes sociais, Paradela apontou o atraso do país em lidar com o tema de forma estruturada. “As redes estão aí há 20 anos, e a gente está discutindo agora se e como a gente deve regulamentar. Isso mostra como estamos atrasados”, afirmou.>
Segundo ele, o ciclo de transformação da inteligência artificial é ainda mais veloz do que o das redes sociais. Por isso, a discussão sobre regulamentação não pode mais ser adiada.>
“Eu espero que a discussão sobre a regulação das redes aconteça agora de forma profissional, que não seja polarizada ou política, mas racional, com especialistas, com pessoas que entendam do assunto. E que isso já sirva como base para o próximo passo, que é discutir como a gente vai lidar com a inteligência artificial”, completou.>
O Agenda Bahia é uma realização do jornal Correio com patrocínio da Acelen, Sebrae, Tronox e Unipar, apoio institucional da FIEB e da Prefeitura Municipal de Salvador, apoio do Salvador Bahia Airport e Veracel, e parceria da Braskem.>