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Donaldson Gomes
Publicado em 20 de dezembro de 2025 às 07:00
O Brasil é o maior mercado mundial da indústria de blindagem de automóveis. Por aqui, são fabricados quatro vezes mais veículos blindados que no México, o segundo mercado mundial, de acordo com reportagem publicada pela Bloomberg esta semana. São movimentados R$ 3,5 bilhões por ano, com a expectativa de um crescimento de até 30% num futuro próximo. Neste caso, o medo é um impulso para os negócios, entretanto o que ele normalmente provoca é dor e perdas de vidas – que são inestimáveis –, além de prejuízos que podem ser precificados. E já te adianto, eles são enormes. >
A mais impactante notícia da semana que passou foi a morte dos funcionários de uma empresa de internet no bairro do Alto do Cabrito, possivelmente porque o seu empregador não pagou pedágio para uma facção criminosa. Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41 anos, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos, saíram de casa para garantir o sustento de suas famílias e pagaram o preço da criminalidade fora de controle. >
Agora, provavelmente, as autoridades policiais irão em busca dos responsáveis, mas a pergunta que eu te faço é: você investiria numa empresa para levar internet a áreas desassistidas pelas gigantes da telecom, correndo este tipo de risco?>
Uma reportagem do jornal O Globo no último dia 16 indica que o crime custa aos cofres públicos no Brasil o equivalente a R$ 1,5 trilhão. A violência, o contrabando, a evasão fiscal e crimes ambientais funcionariam como "imposto oculto" capaz de rivalizar com o orçamento de muitos países. >
Um estudo do BID estimou que o crime e a violência consomem cerca de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) na América Latina e no Caribe, com o Brasil entre os países mais afetados. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou o custo anual da violência em 5,9% do PIB, cerca de R$ 373 bilhões, em preços de 2019, contando os gastos do poder público, de empresas e as perdas de produção. >
Todos estes números, obviamente, deixam de fora aquilo que não pode ser medido. Como calcular o custo de um homicídio, ou o de uma criança que abandona a escola porque o seu bairro é muito perigoso?>
O Índice de Economia Subterrânea, uma métrica desenvolvida pelo ETCO e a FGV, estima que as atividades não registradas ou informais representaram 17,8% do PIB do Brasil em 2022, ou cerca de R$ 1,7 trilhão.>
Daniel Cerqueira, membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse em uma entrevista ao Valor Econômico que a criminalidade brasileira torna o país menos atrativo a investimentos estrangeiros. Ele cita um estudo internacional com 62 países, que mostra que as taxas de homicídios impactam no investimento estrangeiro direto. Ou seja, quanto mais mortes violentas, menos negócios.>
Em um ranking que mede o Índice de Paz Global, do Institute for Economics & Peace (IEP), o Brasil está apenas em nono lugar entre os 11 países da América do Sul. Aparece à frente apenas da Venezuela, sitiada pelos Estados Unidos, e da Colômbia. >
Cabeça de Ozempic, não>
Essa semana um colega perguntou porque eu ainda não usei o tal do Mounjaro. Veja só... Ele está realmente mais magro, inclusive com um efeito que ganhou o nome de uma outra caneta emagrecedora, a cabeça de Ozempic. Dizem que isso acontece porque o corpo perde gordura mais rápido e cria este efeito temporariamente. Acontece que ao tentar me convencer, ele acabou me passando argumentos que me fizeram querer ainda mais distância destes medicamentos. “Não sinto mais fome, às vezes a barriga começa a doer e só aí eu percebo que está na hora de comer”, conta ele, que afirma ter perdido 15 quilos em dois meses. Sei que trata-se de um medicamento que está ajudando muita gente a lidar com problemas sérios de saúde, além de deixar os mais vaidosos, prontos para o Verão, ainda assim é espantoso para este jornalista a facilidade de acesso a um produto que tem o potencial de mexer tanto com o nosso metabolismo. Confesso, minha endócrino chegou a conversar comigo sobre a possibilidade de utilização. Ela ponderou que me exercito com frequência e estou em um processo de reeducação alimentar – poderia ser um impulso, acredita ela. Ponderei que canetas só me servem para escrever mesmo. Disse que não gostaria de usar porque li que é comum ter uma perda de força física, e que preciso muito disso, principalmente no tatame, que tanto me ajuda a cuidar do corpo, quanto da mente. Ela concordou, avisando que retomaremos esta conversa em alguns meses. >
Um outro mundo>
Quando o Mercosul e a União Europeia começaram a discutir um acordo de livre comércio há 26 anos, o mundo era um lugar muito diferente do que é hoje. Nossa grande preocupação era sobreviver ao "bug do milênio", acessar a internet sem estourar a conta de telefone – sim, já foi discada – e aprender a usar o e-mail. A "guerra ao terror" só começaria em dois anos e o mundo vivia o auge da globalização. Na área econômica o Brasil vivia um período de estabilidade com o Plano Real consolidado e ninguém falava muito sobre a China. Naquele mundo, um acordo entre o Mercosul e a União Europeia fazia muito mais sentido que agora para os países do Cone Sul. Se França e Itália querem melar o acordo depois destes 26 anos, por que não focar nas relações bilaterais com os Estados Unidos e a China?>
O Natal da gastança>
A ceia de Natal deste ano pode definir como será o início de 2026 para muita gente. De um lado, há muito tempo as condições não ficavam tão favoráveis à gastança. A queda do dólar nos meses que antecederam o final do ano e o cenário de pleno emprego turbinaram as expectativas da indústria, que produziu como nunca, e do varejo, que se prepara para um bom nível de vendas. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) projeta que o consumo das famílias no período cresça 15%. Se confirmado, será o maior avanço desde 2015. Como se não bastasse, o período natalino é propício ao gasto. São confraternizações, presentes e ciclos que se fecham. Motivos e mais motivos para consumir. O importante é ser racional agora para não chegar em janeiro torcendo para 2026 acabar.>
A guerra do açúcar>
Rapadura é doce, mas não é mole, diz o ditado. A Câmara dos Deputados manteve a cobrança do Imposto Seletivo (IS) sobre bebidas açucaradas, como os refrigerantes, sem a fixação de um teto de alíquota. O IS, popularmente chamado de "imposto do pecado" foi pensado para desestimular o consumo de produtos e serviços prejudiciais à saúde e o meio ambiente. As bebidas açucaradas vão ser taxadas, mas havia um movimento, iniciado no Senado, para limitar a alíquota em 2%. De um lado, a pressão era para elevar o máximo possível a taxa e desestimular o consumo. Do outro, as fabricantes de bebidas queriam a menor cobrança possível. Agora, a bola está com o presidente Lula, que pode, ou não, vetar o texto. >
meme da semana>
O Flamengo foi guerreiro contra o gigante PSG na decisão da Copa Intercontinental na última quarta-feira (dia 17), mas isso não isentou o clube mais popular do Brasil das gozações após a derrota nos pênaltis, no Estádio Ahmad bin Ali, em Doha, no Catar >
(Viu algum meme interessante? Encaminha para donaldson.gomes@redebahia.com.br)>
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