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Aluno negro é amarrado a tronco em atividade do Dia da Consciência Negra em escola particular na Bahia

Vídeo com a imagem foi postado pela própria instituição nas redes sociais

  • Foto do(a) author(a) Monique Lobo
  • Monique Lobo

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 18:33

Escola particular na Bahia usa aluno negro amarrado a tronco em atividade da Consciência Negra
Escola particular na Bahia usa aluno negro amarrado a tronco em atividade da Consciência Negra Crédito: Reprodução

Um vídeo publicado por uma escola no interior da Bahia gerou polêmica, nesta quarta-feira (24), nas redes sociais por trazer um aluno negro amarrado em um tronco durante atividades em referência ao Dia da Consciência Negra. As imagens foram gravadas no Colégio Adventista de Alagoinhas, cidade do nordeste do estado.

A publicação, que não está mais no perfil da escola nas redes sociais, mostra um menino negro com roupas rasgadas amarrado a um poste forrado com papel, simulando um tronco. Ao lado dele, um aluno branco está usando um chapéu e um chicote.

O vídeo recebeu críticas de usuários das redes sociais, inclusive da professora e escritora baiana Bárbara Carine. Em outro vídeo, ela falou sobre o episódio e reprovou a escolha das representações da comunidade negra feita pela instituição.

"Uma escola de Alagoinhas, na Bahia, uma escola privada e religiosa, que decidiu fazer um trabalho na Semana da Consciência Negra em homenagem ao histórico de lutas das comunidades negras. E teve a brilhante ideia, o corpo docente, de colocar um menino negro num tronco recebendo chicotadas em memória à luta negra no Brasil. E também teve a brilhante ideia de colocar uma menina branca com uma caneta na mão assinando a Lei Áurea para representar a memória do povo negro", falou, acrescentando outra cena que aparece nas imagens postadas pelo colégio.

Bárbara Carine destacou que várias personalidades negras como Luiz Gama, Luísa Mahin e Maria Felipa poderiam ter sido homenageadas pela instituição. "Mas, o pessoal decidiu reproduzir dor na escola, decidiu reproduzir violência na escola, decidiu reproduzir protagonismo branco na escola. Não faz sentido", completou.

Em nota, o Colégio Adventista de Alagoinhas afirmou que as imagens que circulam nas redes estão "desconectados de seu contexto completo" e que isso "pode gerar interpretações equivocadas". A instituição também disse que "repudia qualquer forma de racismo".

Confira a nota na íntegra:

"O Colégio Adventista de Alagoinhas repudia qualquer forma de racismo e mantém, como valor inegociável, o compromisso com a dignidade humana, o respeito às diferenças, a igualdade e a justiça. Esses princípios estão alinhados à filosofia da Educação Adventista, fundamentada em um ensino integral, pautado em valores cristãos e humanitários.

Toda prática pedagógica é avaliada com seriedade, especialmente quando envolve questões sensíveis como relações étnico-raciais. O objetivo é refletir fielmente os valores institucionais que orientam o Colégio.

Em relação às interpretações sobre fatos históricos apresentados por alunos durante atividade pedagógica realizada no Dia da Consciência Negra, a instituição lamenta profundamente qualquer entendimento que tenha sido diferente dos valores que defende.

Vale destacar que os vídeos que circularam nas redes sociais consistem em trechos isolados da atividade pedagógica. Estão, portanto, desconectados de seu contexto completo, o que compromete a compreensão integral do conteúdo trabalhado. A circulação de recortes descontextualizados pode gerar interpretações equivocadas e contribui para a disseminação de informações imprecisas.

O Colégio Adventista de Alagoinhas, por meio de sua proposta pedagógica e dos documentos norteadores, promove o fortalecimento da consciência histórica; a valorização do povo negro; a rejeição clara de toda forma de discriminação, e uma formação cidadã ética, responsável e antirracista.

Além disso, trabalha diariamente para que seus estudantes desenvolvam visão crítica, sensibilidade social e compreensão profunda da dignidade de todas as pessoas.

Estamos à disposição dos pais e da comunidade, por meio da nossa direção, para quaisquer outros esclarecimentos sobre o assunto."

Tags:

Bahia Escola Racismo Alunos Estudante