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Maysa Polcri
Publicado em 17 de outubro de 2025 às 15:09
Após a venda de um terreno pertencente à da Igreja repercutir mal entre os moradores de Ubaíra, cidade de 18,6 mil habitantes do centro-sul baiano, a prefeitura decidiu desapropriar a área. O decreto para tornar o terreno, de 4,2 mil m², de interesse público foi publicado nesta sexta-feira (17). No documento, a gestão municipal deixa evidente os planos de desapropriação. >
O objetivo da prefeitura é construir um parque ambiental no terreno. No último domingo (12), Dia de Nossa Senhora Aparecida, os moradores da cidade foram surpreendidos com a derrubada de árvores do local, que foi vendido pela Diocese de Amargosa, cidade que fica a cerca de 50 quilômetros de Ubaíra. A comunidade paroquial não foi consultada sobre a venda do terreno localizado em frente à Paróquia São Vicente Ferrer. >
O decreto, assinado pelo prefeito Neném Rabelo (PP), declara a utilidade pública da área para fins de desapropriação. De acordo com Ailton Rocha, procurador-geral de Ubaíra, esse é o primeiro passo para desapropriar o terreno. A prefeitura ainda precisará negociar o valor da indenização que deve ser paga ao comprador. A reportagem apurou que o terreno foi vendido por cerca de R$ 140 mil. >
Uma audiência pública foi realizada nesta semana para debater o assunto. Moradores lamentaram o desmatamento da área, localizada na rua Joaquim Távora, no Centro, e solicitaram a desapropriação. A reportagem entrou em contato com a Diocese de Amargosa, que disse que não iria se manifestar sobre o assunto. >
A comunidade católica de Ubaíra foi surpreendida com a derrubada de árvores de um terreno em frente à igreja matriz no Dia de Nossa Senhora Aparecida, no último domingo (12). O terreno foi vendido sem que a comunidade paroquial fosse consultada. Quem frequenta a Paróquia São Vicente Ferrer só soube da negociação imobiliária quando as máquinas derrubaram as árvores do tradicional espaço da cidade. Moradores contam que nem mesmo o padre foi avisado da negociação. >
A especulação imobiliária em um dos terrenos mais emblemáticos de Ubaíra provocou espanto e revolta. Segundo moradores da cidade, a venda foi intermediada por um escritório de advocacia da cidade de Amargosa. "Existia um canteiro de árvores centenárias, e o dono saiu derrubando tudo. Quando a comunidade consultou a prefeitura, veio à tona um documento autorizando a derrubada das árvores, mas a prefeitura diz que não foi comunicada da venda do imóvel", diz um morador.>
Venda de terreno pela Igreja revolta moradores em cidade na Bahia
A capela de São Vicente Ferrer começou a ser construída em 1841, pelo frei Antonio Spínola, e foi elevada à freguesia, em 1847, com o nome de São Vicente Ferrer da Areia. A história da cidade se confunde com a Igreja Católica. Em 1770, João Gonçalves da Costa recebeu a incumbência de dominar os indígenas que viviam às margens do rio Jiquiriçá.>
Na véspera de Natal do ano passado, a igreja foi reaberta após uma reforma que durou sete meses. O evento contou com a participação do bispo da Diocese de Amargosa, Dom Juraci Gomes de Oliveira. >