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Conselho de Saúde repudia uso do SUS para atender bebês reborn: 'Desumano'

Mulher levou boneco para receber 'atendimento' em cidade baiana

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 21 de maio de 2025 às 15:59

Bebê reborn à venda na Amazon
Bebê reborn à venda na Amazon Crédito: Reprodução

O Conselho Estadual de Saúde (CES) da Bahia publicou uma nota em que repudia a tentativa de pessoas que buscam atendimento em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) com bebês reborn - bonecos realistas. No último domingo (18), uma jovem de 25 anos levou o boneco para receber atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento de Guanambi, no centro-sul baiano. 

Marcos Gêmeos, presidente do CES, criticou episódios como esse. “Direcionar recursos, tempo e estrutura de um sistema tão pressionado para atender demandas fictícias, ainda que motivadas por sofrimento psíquico, é desumano, perverso e inaceitável”, diz. 

O Conselho reforça que casos em que houver evidente sofrimento psíquico, as pessoas que levarem os bonecos para unidades de saúde devem ser encaminhadas, de forma ética e humanizada, para avaliação em saúde mental, com acolhimento em instituições especializadas. 

"A sobrecarga dos profissionais da saúde é um fato amplamente conhecido. Submeter esses trabalhadores a situações de estresse adicionais, com atendimentos que não correspondem a necessidades reais de saúde humana é brincar com a dedicação dessas pessoas", pontua o Conselho Estadual. 

Bebê reborn por Reprodução

A entidade lembra que histórias de pessoas que levaram bebês para serem "atendidos" em emergências e serem "vacinados" circulam nas redes sociais. "Diante disso, o CES-BA faz um apelo à sociedade para que valorize o SUS, preserve seu funcionamento e o respeite como uma conquista coletiva. O SUS é para cuidar de vidas humanas e tratá-lo como palco de simulações é um retrocesso que fragiliza o direito à saúde e ameaça a dignidade de todos os brasileiros", aponta. 

Polêmica

Em Guanambi, uma jovem de 25 anos pediu uma viagem por aplicativo, por volta das 23 horas, e disse ao motorista que o bebê estava sentindo "muita dor". Por isso, ela solicitou que ele dirigisse rápido. Na porta da unidade de saúde, a mulher foi reconhecida por uma senhora, que havia sido atendida na UPA. Segundo a prefeitura, a conhecida estranhou a situação ao reparar que se tratava de um boneco de borracha. 

Familiares da jovem contaram que ela comprou a boneca na internet por R$2,8 mil há cerca de um mês. A família informou à prefeitura que busca ajuda profissional de saúde mental para a jovem, que sofreria de depressão. 

Os bebês reborn são criados artesanalmente para se parecerem o máximo possível com bebês de verdade. A técnica, chamada reborning, envolve várias etapas de pintura e aplicação manual de fios de cabelo para reproduzir detalhes como textura da pele, veias, manchinhas, dobrinhas e até pequenas imperfeições. O material mais utilizado é o vinil ou silicone de alta qualidade, o que garante ainda mais realismo às peças.

Os bebês reborn viraram assunto nas casas legislativas pelo país. Dezenas de projetos de lei tramitam para prever multas a quem utiliza bonecos hiper-realistas em atendimentos prioritários e até barrar o atendimento, por profissionais de saúde ou servidores públicos, nas unidades públicas e privadas, inclusive nas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Outras propostas dispõem sobre o acolhimento psicossocial de pessoas que desenvolvam vínculos afetivos intensos com objetos de representação humana. Essas ações garantiriam acolhimento e escuta qualificada de pessoas que apresentem sofrimento mental relacionado a "vínculos afetivos disfuncionais" com objetos de representação humana, além de orientação e apoio aos familiares e cuidadores quanto aos sinais de alerta relacionados ao uso compulsivo, à fuga da realidade e à dependência afetiva em relação a esses objetos.