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Coretos voltam a ganhar vida: projeto Retreta revive tradição das filarmônicas em Feira de Santana

Primeira apresentação acontece no dia 17 de dezembro

  • Foto do(a) author(a) Monique Lobo
  • Monique Lobo

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 20:56

Projeto Retreta
Projeto Retreta Crédito: Anderson Moreira/Divulgação

A tradição das apresentações de filarmônicas nos coretos das cidades, que estava guardada na memória de muitos baianos, ganhou um novo sopro de vitalidade. O projeto Retreta, realizado pela Filarmônica 25 de Março, vai levar 10 apresentações para coretos na cidade de Feira de Santana, na região nordeste do estado, a partir do dia 17 de dezembro.

O nome da iniciativa já deixa claro a intenção: resgatar as apresentações musicais realizadas habitualmente em praças públicas ou coretos, chamadas de retretas. A primeira performance acontece no dia 17 de dezembro, às 19h, no coreto da Praça da Matriz (Praça Renato Galvão).

Em todas as edições haverá uma filarmônica convidada e, no dia 17, será a Filarmônica 25 de Dezembro, de Irará. Além de música, o projeto também vai levar a exposição fotográfica “Notas de um Tempo Antigo: Imagens que Contam Histórias”, com fotos antigas de Feira de Santana.

Memória

A ideia de ocupar os coretos partiu da necessidade de valorizar a memória da cidade de Feira de Santana, como explica o maestro e regente da Filarmônica 25 de Março, Antônio Neves. "A proposta é simples e simbólica — a banda novamente no coreto — recuperando uma prática que marcou o cotidiano cultural da cidade ao longo de gerações", explica.

A expectativa é resgatar um público que já viveu essa experiência e formar uma platéia nova que não conhecia esse tipo de performance. "A ideia é reconstruir o ambiente das antigas retretas, realizadas nos coretos que hoje são imóveis tombados. Queremos que as pessoas voltem a ocupar o centro da cidade, ouvindo dobrados, marchas, fantasias e peças que marcaram as festas de Santana. E queremos formar público, ensinar a apreciar o trabalho de uma banda de música e estimular novos integrantes a se aproximarem da filarmônica", acrescenta.

Formação

O trabalho que vai ser apresentado nos coretos é resultado de uma formação longa na Escola de Música Maestro Estêvão Moura, que prepara músicos há 11 anos. A instituição, localizada no Centro Comunitário Ederval Fernandes Falcão, no bairro de Baraúnas, leva arte e educação para a população da cidade e de municípios vizinhos.

"A maioria dos músicos vem do próprio bairro, o que cria um vínculo comunitário profundo. Levamos música para as escolas da região e também representamos Feira de Santana em outros municípios, como Santo Amaro — na procissão de 2 de Fevereiro — e Salvador, no Fórum de Filarmônicas da Ufba [Universidade Federal da Bahia]. É um trabalho social, educativo e cultural ao mesmo tempo", diz o maetro.

Mas, manter uma escola e uma filarmônica com cerca de 25 músicos e 157 anos de história não é uma tarefa fácil, nem barata. Para sustentar o projeto, o grupo conta com uma renda inusitada: a de um estacionamento. Isso mesmo, o estacionamento do imóvel onde está situada a escola é de onde vem os recursos para cobrir as principais necessidades. "A renda cobre fardamento, manutenção, compra de instrumentos, pagamento do regente e custos das apresentações. Mas, para ampliar nossas ações, precisamos de mais apoio", revela.

Foi por isso que buscaram acesso à Lei Ruanet para levar adiante o projeto Retreta. Foram aprovados e receberam a permissão para captar recursos com empresas via renúncia fiscal. "Já contamos com dois patrocinadores — DPC Distribuidora e Bartofil — que acreditaram na cultura local. Mas, para realizar as dez apresentações previstas, precisamos de novas empresas nesse esforço", completa Antônio Neves.

Tags:

Música Cultura Feira de Santana Filarmônicas