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Carol Neves
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 08:19
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) comentou, na quinta-feira (4), o relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) que apontou um aumento de 213% no tempo médio de espera na regulação médica entre 2019 e 2024. Falando do tema durante evento no Creasi, em Salvador, ele atribuiu parte do problema aos municípios. De acordo com a auditoria, o tempo de espera passou de 1,5 dia para 4,7 dias no período avaliado, praticamente triplicando. >
Quando questionado sobre a fila da regulação, Jerônimo abriu a resposta afirmando que o problema nasce nos municípios, que, segundo ele, não resolvem demandas simples na atenção básica. “Muita gente que está em um hospital de alta complexidade era para estar sendo cuidado por um município”, disse. Ele completou afirmando que busca orientar os gestores locais: “Meu papel, enquanto governador, é pegar na mão do prefeito e dizer, vamos ajudar você”.>
O governador citou situações que, na avaliação dele, não deveriam chegar aos hospitais estaduais. “Se o município fizer bem feito, muita gente não vai precisar, com um dedo desmentido, com um mal-estar na barriga, ir para um hospital de alta complexidade.”>
Apesar de responsabilizar as prefeituras, Jerônimo defendeu que a engrenagem do SUS depende do conjunto. “A saúde tem um sistema único, que se um falhar, o sistema não anda bem”, afirmou ao comentar a necessidade de reorganização do atendimento.>
O relatório do TCE analisou o período de janeiro a agosto de 2019 e comparou com os mesmos meses de 2024. Além do aumento no tempo de espera, foram identificados gargalos em áreas como cirurgia torácica, hematologia, oncologia, urologia e pneumologia. O relatório aponta que, entre 2019 e 2024, o tempo de espera na regulação para atendimento em 14 das 26 especialidades monitoradas piorou em todo o estado.>
Mesmo assim, o governador reiterou que reconhece seu papel no processo. “A regulação é do SUS e eu sei a minha responsabilidade enquanto governador, mas é preciso que a gente possa dialogar o compartilhamento”, concluiu.>