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Esther Morais
Publicado em 16 de julho de 2025 às 10:17
O médico baiano Marcio Freitas, que acumula mais de 99 mil seguidores nas redes sociais, foi alvo de um golpe financeiro dentro da própria clínica, em Feira de Santana, a 120 km de Salvador. Segundo o cirurgião plástico, a gerente do setor administrativo da empresa desviou mais de R$ 100 mil de pagamentos dos pacientes. O caso é investigado pela Polícia Civil. >
O esquema funcionava da seguinte maneira: o médico atendia os pacientes e os encaminhava para a suspeita, que era responsável por calcular e controlar todos os pagamentos. Ela, no entanto, desviava parcialmente os valores. Em um dos casos, a operação custou R$ 30 mil e ela desviou R$ 20 mil. Em outra situação, cuja cirurgia vai acontecer nesta quarta-feira (16), o custo total foi de R$ 17 mil e o desvio, R$ 15 mil.>
"Ela era minha funcionária há cerca de cinco anos. Era de extrema confiança. Mas [também] foi uma falha minha, por falta de controle. Eu não controlava as entradas dos cartões", lamenta o médico. >
A descoberta aconteceu por acaso e não se sabe ainda quantos pacientes fizeram as transferências fraudulentas e desde quando acontece o golpe. "Descobri por coincidência porque ano passado fiz um valor mais em conta para um amigo do meu pai. Depois disso, em uma conversa normal, eles notaram as inconsistências e falaram comigo", conta.>
Freitas publicou um vídeo nas redes sociais alertando os pacientes e outros médicos do que estava acontecendo. Ele pediu para que seus pacientes checassem os pagamentos e entrassem em contato para ter uma noção do quanto foi desviado. Ainda chamou atenção de outros profissionais da saúde que não têm controle sobre as finanças. >
O cirurgião prestou queixa na terça-feira (15). Ele chegou a ter uma reunião com a suspeita na última sexta-feira (11), mas a mulher teria pedido tempo para esclarecer a situação. Na segunda (14), voltaram a se encontrar, mas sem acordo. >
Marcio contou que o advogado da ex-funcionária disse que ela não poderia devolver o dinheiro porque gastou com viagens e apostas online, como o Jogo do Tigrinho. >
"Minha primeira reação foi averiguar tudo primeiro e já começar a afastar ela de algumas atividades, evitar que ela fizesse algumas coisas. A equipe toda ficou decepcionada, estarrecida", declarou o cirurgião. "Por isso é importante que os colegas se atentem, porque muitos agem dessa forma, sem controle das entradas", ressaltou.>
A reportagem entrou em contato com a suspeita do crime para ter esclarecimentos sobre o caso, mas não recebeu retorno até a última atualização da matéria. O espaço segue aberto. >