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'Nada apaga a dor dos 25 anos de angústia e sofrimento', diz ex-vereador após assassino da mãe ser preso

Servidor público foi preso nessa sexta-feira (14), após não haver mais meios de recorrer a condenação

  • Foto do(a) author(a) Perla Ribeiro
  • Perla Ribeiro

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 15:00

Boliviana foi morta com tiro na cabeça por servidor do TRT
Boliviana foi morta com tiro na cabeça por servidor do TRT Crédito: Reprodução

Nos últimos 25 anos, Alexandre Marques perdeu as contas de quantas vezes pensou na mãe, quis dividir momentos da vida com ela e sentiu falta até do colo. Nessa sexta-feira (14), ele e os dois irmãos viram transformar em realidade uma luta que travaram desde que a mãe deles, a boliviana Roxana Gomes Marques, foi morta com um tiro na cabeça pelo homem com quem se relacionava. Viram o servidor público Edvan da Silva Meneses Júnior, 55 anos, ser preso pelo crime que cometeu no dia 11 de março de 2000

Para Alexandre, foi um dia muito forte de recordações. "Mãe querida, onde quer que você esteja, hoje a justiça foi feita. Eu sei que nada disso traz você de volta, nada apaga a dor dos 25 anos de angústia e sofrimento pela forma tão cruel como tudo aconteceu. Mas, depois de tanto tempo, a justiça dos homens finalmente chegou", escreveu o filho. Quando a mãe foi morta de forma violenta, Alexandre e os irmãos eram crianças e viram a mulher que era o norte na vida deles partir sem direito a uma despedida.

Em meio a saudade e ao sentimento de ver a justiça sendo feita, Alexandre revisita suas memórias. "Como eu queria ter só 5 minutos do colo da minha mãe. Apenas cinco minutos para encostar minha cabeça no seu peito, sentir o amor que me acalmava e dizer o quanto ela é importante na minha vida. Dizer o quanto eu a amo… O quanto ela foi e sempre será o grande amor da minha vida. Minha referência de amor".

Ele fala da falta que sente de ouvir os conselhos da mãe e as palavras de carinho. "Aquele jeito único de falar que me dava força, equilíbrio e paz. Era como se tudo ficasse mais leve só por ela existir. E mesmo assim… o que realmente me sustenta é saber que você continua viva dentro de mim. No meu coração, na minha memória, nos gestos que aprendi com você, na saudade que nunca vai embora.

Entenda o caso

O servidor público do Tribunal Regional do 5ª Região (TRT), Edvan da Silva Meneses Júnior, 55 anos, foi preso nessa sexta-feira (14), acusado de assassinara boliviana Roxana Gomes Marques, com quem mantinha um relacionamento amoroso, com um tiro na cabeça. O crime ocorreu por volta das 20h do dia 11 de março de 2000, no imóvel que o técnico administrativo vivia, no Vila Mar, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

O mandado de prisão foi cumprido pela 23ª Delegacia Territorial de Lauro de Freitas após a condenação ter sido transitada em julgado e o autor do crime comparecer à unidade policial. De acordo com informações da Polícia Civil, ele foi submetido aos exames de praxe e encaminhado a carceragem da Central de Flagrantes, onde permanece custodiado à disposição da Justiça.

O crime ocorreu a apenas 400 metros da casa da vítima, que deixou três filhos pequenos na época. Segundo informações da denúncia do MP, o assassinato ocorreu pouco depois do servidor público retornar de uma viagem a Lençois, na Chapada Diamantina. Ainda segundo a denúncia, o homem tinha viajado com a ex-esposa e teria comunicado a Roxana, com quem se relacionava desde junho do ano anterior, que tinha decidido reatar com a ex-mulher.

"Foi um crime que deixou uma cidade inteira aterrorizada diante de tanta crueldade. Um feminicídio frio, cruel e inesquecível, que marcou Lauro de Freitas por décadas, mas o relógio da justiça finalmente voltou a girar", disse o filho da vítima, Alexandre Marques, que é ex-vereador de Lauro de Freitas. Após 25 anos de impunidade, a família sente que, finalmente, a justiça foi feita.

"Após anos de investigações, idas e vindas do processo e a recente decisão judicial, o mandado de prisão foi cumprido com precisão pelo delegado Joelson Reis, que não descansou até colocar o acusado atrás das grades. Depois de um quarto de século, o tribunal falou e a polícia agiu. A justiça enfim alcançou o homem que tentou fugir do passado", acrescenta Alexandre, que além de ex-vereador é também ex-secretário de Meio Ambiente e de Cultura de Lauro de Freitas.