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Esther Morais
Publicado em 15 de novembro de 2025 às 14:01
Você já deve ter visto um vídeo de um gato que toca violino, ou de um macaco que usa um guarda-chuva como paraquedas, ou até do Rei do Pop, Michael Jackson, roubando um balde de frango no KFC. Todos eles têm algo em comum: são engraçadinhos, virais e, à primeira vista, até parecem reais. E, claro, todos são frutos de inteligência artificial. >
Como, então, não virar a “tia do zap” e evitar cair nas pegadinhas da internet, que estão cada vez mais verossímeis? Ouvimos especialistas que apontaram dicas práticas para conferir se um vídeo foi criado ou manipulado por IA.>
1. Preste atenção nos movimentos faciais>
Por mais avançada que esteja, a IA ainda tropeça em detalhes mínimos. Microexpressões, como pequenas contrações musculares ao falar ou reagir, costumam ser mal reproduzidas. Rostos muito rígidos, com expressões repetitivas, são um dos primeiros sinais de alerta.>
2. Observe a sincronia entre boca e voz>
Deepfakes podem até impressionar, mas muitas vezes falham na dublagem. Movimentos labiais fora de ritmo, atrasos de milésimos de segundo ou ausência de pausas naturais na fala costumam denunciar manipulação. Caso o áudio pareça desconectado do vídeo, desconfie imediatamente.>
3. Repare nos olhos >
Olhares fixos demais, piscadas muito raras ou movimentos oculares mecânicos já são características clássicas de vídeos falsos. Especialistas explicam que a IA tem dificuldade em simular o comportamento humano dos olhos, que é espontâneo, rápido e altamente variável.>
4. Veja se luz e sombras fazem sentido>
Sombra que aparece onde não deveria, reflexo estranho em partes do rosto ou iluminação incompatível com o ambiente são pistas valiosas. Quando a iluminação não acompanha o movimento natural da pessoa ou do objeto, pode apostar que há IA ali.>
5. Verifique a coerência do contexto>
Antes de acreditar no que vê, pergunte-se: essa pessoa realmente estava nesse lugar? Falaria dessa forma? Reagiria assim? Golpistas usam deepfakes para simular falas, pedir dinheiro ou criar episódios que nunca aconteceram.>
Além da análise visual, já existem plataformas que auxiliam a checar autenticidade. Entre elas estão Deepware, Sensity AI e Hive Moderation, que identificam padrões de manipulação. Grandes redes sociais e serviços de vídeo também têm investido em detectores próprios, capazes de sinalizar automaticamente conteúdo suspeito.>