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Elaine Sanoli
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 20:43
O Ministério Público da Bahia (MPBA) ofereceu denúncia por tráfico de drogas, associação para o tráfico e financiamento do tráfico contra o vereador Lucas de Souza Lemos, do município de Itabela, no extremo sul do estado. A denúncia foi apresentada à Justiça baiana no dia 8 de dezembro. Lucas foi preso em flagrante em novembro pela Polícia Militar, dentro de uma residência pertencente a um líder da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM). >
As investigações do Ministério Público apontam que o vereador seria integrante estrutural da facção, atuando de forma contínua, estável e consciente desde, pelo menos, o ano de 2020. Em 2022, ele teria assumido funções que envolviam o tráfico de drogas, seu financiamento e a associação para o tráfico, além do compartilhamento de informações estratégicas da facção criminosa rival com o líder do BDM em Itabela.>
Vereador foi preso em operação contra o BDM
Ainda segundo o MPBA, Lucas também teria envolvimento em ações de contrainteligência, ocultação de provas relacionadas a homicídio e obstrução de investigações.>
O vereador foi preso durante uma operação policial realizada no dia 11 de novembro. Inicialmente, ele não era alvo da ação, mas foi localizado na companhia de uma mulher em um dos endereços ligados ao grupo criminoso. O flagrante ocorreu em razão do material encontrado no imóvel: um revólver Taurus calibre .38; seis estojos de munição calibre .38 deflagrados; sete munições calibre 9 mm intactas; três munições calibre .38 intactas; 18 pinos de cocaína, totalizando 24 g; e um tablete da droga, com peso de 255 g.>
“[O local] era abrigo do BDM, e o vereador já estava sendo investigado por outros crimes, mas, naquele momento, foi preso em flagrante apenas por tráfico e associação criminosa”, explicou uma fonte policial consultada pela reportagem. Lucas também teria ligação com uma casa de idosos utilizada como base da facção.>
No início de dezembro, o Ministério Público solicitou a manutenção da prisão preventiva de Lucas, sob o argumento de “garantir a ordem pública, resguardar a instrução criminal e prevenir eventual fuga”. O MPBA reforçou que o vereador utilizava sua condição de parlamentar e recursos provenientes de uma instituição beneficente para financiar atividades ilícitas.>
Três dias após a prisão, Lucas foi afastado das atividades da Câmara Municipal de Itabela. A medida tem validade de 60 dias, ou seja, até janeiro de 2026. A convocação do suplente, conforme as orientações e em observância ao Regimento Interno e à Lei Orgânica Municipal, somente deverá ocorrer após o término desse período, caso não haja nova decisão judicial.>