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Advogado se nega a assinar termo para falar verdade em CPI do INSS

Depois, ele se manteve em silêncio

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 13:05

Advogado Nelson Wilians
Advogado Nelson Wilians Crédito: Reprodução/TV Justiça

Durante o depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta quinta-feira (18), o advogado Nelson Wilians optou por permanecer em silêncio. Poucos minutos antes, ele se negou a assinar um termo de compromisso para dizer a verdade durante a oitiva.

Na semana passada, Wilians foi associado à operação da Polícia Federal que resultou na prisão dos empresários Maurício Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", suspeitos de participação em desvios de benefícios previdenciários. Apesar disso, o advogado afirmou à CPI que não tem qualquer envolvimento com as fraudes em aposentadorias e pensões.

Wilians reconheceu conhecer Camisotti e avaliou que a PF cumpriu "seu papel" ao deflagrar a operação. Após um intervalo solicitado por sua defesa, ele decidiu manter o silêncio durante as perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), repetindo que não possui "nenhuma relação" com os desvios investigados.

O vice-presidente da comissão, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), criticou a postura de Wilians, dizendo que ele é "um tigrão nas redes sociais, mas, sem filtro e sem celular, é um verdadeiro fantoche". O advogado respondeu que continuará reafirmando que não tem ligação com o objeto da CPMI, acrescentando: "Com todo respeito a todos aqui e sabendo que estão no direito de se manter fazendo perguntas, seguirei confirmando o que já disse no sentido de que não tenho nada a ver com o objeto desta CPMI".

Investigação da Polícia Federal

A PF passou a investigar Wilians após identificar conexões financeiras entre ele e Camisotti, apontado como sócio oculto de uma entidade envolvida nas fraudes. Ao solicitar autorização ao Supremo Tribunal Federal para a operação, os investigadores destacaram que o advogado prestou serviços para a Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (AMBEC), alvo de descontos irregulares.

Segundo a Polícia Federal, Wilians, Antunes e Camisotti teriam recebido informações sobre a possibilidade de serem alvos da operação. "Embora Nelson Wilians não tenha figurado entre os investigados nas medidas iniciais, acabou inserindo-se no contexto apurado, despertando a atenção dos investigadores em razão de sua vinculação financeira e não apenas profissional com o empresário Maurício Camisotti", informou a PF.

Os investigadores apontam que a relação de Wilians com Camisotti ultrapassa a esfera profissional, caracterizando possível envolvimento nos repasses financeiros ligados à AMBEC. "Nesse cenário, apresenta-se como elo de intermediação na circulação de valores provenientes de atividades ilícitas", acrescentam.

Antes de optar pelo silêncio, Wilians declarou que a Polícia Federal agiu corretamente na operação e ressaltou seu direito de apresentar defesa posteriormente. "Não tenho nada a ver com o que está sendo objeto da investigação, que são os roubos dos aposentados do INSS. Com relação à PF, ela cumpre o seu papel. A mim cabe respeitar, a mim cabe acatar. Não acho que ela errou. Agora vou ter a oportunidade de apresentar os documentos, argumentos com calma", afirmou.