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Chamada de 'autoritária' por filhos de Bolsonaro, Michelle reage e volta a criticar aliança com Ciro Gomes

Ex-primeira-dama disse que respeita as opiniões diferentes, mas discorda

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 10:19

Michelle Bolsonaro ao lado do marido e enteados
Michelle Bolsonaro ao lado do marido e enteados Crédito: Divulgação / Silas Malafaia

As críticas públicas feitas por Michelle Bolsonaro ao movimento do PL do Ceará de se aproximar de Ciro Gomes repercutiram de forma intensa dentro da própria família Bolsonaro. Depois de ser chamada de “autoritária” por Flávio Bolsonaro e contestada também por Carlos e Eduardo, a ex-primeira-dama divulgou uma nota nas redes sociais, na madrugada desta terça-feira (2), pedindo compreensão dos enteados e reafirmando sua oposição a qualquer articulação com o ex-governador cearense.

Michelle afirmou que não pretende rebater diretamente os filhos do ex-presidente. “Muitos têm me perguntado se vou responder às manifestações dos meus enteados: Não vou!”, escreveu logo no início do texto. Ainda assim, pediu perdão a eles e disse não ter desejado contrariá-los: “Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem. Não foi minha intenção contraria-los”.

Michelle Bolsonaro durante evento por Reprodução

A ex-primeira-dama voltou a sustentar que tem motivos pessoais e políticos para rejeitar a aproximação com Ciro. Ela o chama de “raposa política” e diz que o ex-governador “sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro”. Em sua avaliação, não poderia apoiar “o homem que tanto mal fez ao meu marido e à minha família” e lembrou ataques feitos por Ciro ao ex-presidente: “Como ficar feliz com o apoio à candidatura de um homem que xinga o meu marido o tempo todo de ladrão de galinha, de frouxo e tantos outros xingamentos?”.

Michelle também associa Ciro à construção da narrativa que classificou Bolsonaro como genocida. “Eu jamais poderia concordar em ceder o meu apoio à candidatura de um homem que tanto mal causou ao meu marido e à minha família”, declarou.

Direito de discordar

Ao tratar do conflito familiar, Michelle escreveu: “Eu respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade”. Ela afirmou ainda que, antes de qualquer papel político, é “mulher, mãe e esposa”, e que, se tivesse de escolher entre essas funções e a vida pública, ficaria com as duas últimas.

A ex-primeira-dama disse não saber se Jair Bolsonaro apoia ou não a aliança com Ciro: “Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é)”.

Críticas internas

Michelle havia criticado a articulação durante o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do Ceará, no domingo, quando afirmou. "É sobre essa aliança que vocês precipitaram a fazer. Fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita (Jair Bolsonaro), isso não dá".

A fala atingiu diretamente o deputado André Fernandes, responsável pela construção do acordo no estado. 

No dia seguinte, Flávio Bolsonaro reagiu dizendo que Michelle “atropelou” uma negociação previamente autorizada por Jair Bolsonaro, atualmente preso na Superintendência da Polícia Federal. Ele afirmou ao portal Metrópoles: "A forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora".

Carlos Bolsonaro aderiu às críticas, sustentando que a aproximação com Ciro teve aval do pai. “Temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças”, escreveu. Eduardo Bolsonaro seguiu na mesma linha e declarou: “Meu irmão Flávio está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o André o que foi feito no evento”.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DE MICHELLE

"Muitos têm me perguntado se vou responder às manifestações dos meus enteados: Não vou!

Vivemos tempos difíceis. Enfrentamos tempestades de injustiças em mares de perseguição agitados. Nesses períodos, é normal que os nervos fiquem à flor da pele e podemos vir a machucar aqueles a quem jamais gostaríamos de magoar.

Amo o meu marido, a minha filha e amo a vida dos meus enteados. Eu entendo e sofro a dor deles porque ela também é a minha dor. Quero lutar junto com eles pela liberdade e pela vida do meu marido porque o amo, cuidarei dele e o defenderei com unhas e dentes, como uma leoa que defende a sua família!

Eu respeito a opinião dos meus enteados, mas penso diferente e tenho o direito de expressar meus pensamentos com liberdade e sinceridade. Antes de ser uma líder política, eu sou mulher, sou mãe, sou esposa e, se tiver que escolher entre ser política, mãe ou esposa, ficarei com as duas últimas opções.

Como eu olharia nos olhos da minha filha quando ela um dia me questionasse por que eu teria apoiado (ou não falei nada quando pessoas do meu partido apoiaram) o homem que tanto mal fez ao pai dela? Desculpem-me; não sou assim! Acredito em uma política diferente. Não basta derrotar o PT e a esquerda; é preciso fazê-lo mantendo-nos fieis aos nossos valores e agirmos de maneira coerente com eles.

Foi por isso, e apenas por isso, que me manifestei no Ceará. Não podia ficar calada diante desses acontecimentos. Meu marido tem um coração bom (bom até demais!) e, por isso, tenho o dever de defendê-lo e de me manifestar contra situações que eu sei, serão prejudiciais a ele. Ciro Gomes não é e nunca será de direita. Nunca defenderá os nossos valores. Sempre será um perseguidor e um maledicente contra Bolsonaro.

No evento, vi nos olhos do povo que ama Bolsonaro, o mesmo desconforto e insatisfação que eu sinto. Penso que derrotar o PT dessa forma, seria o mesmo que trocar Joseph Stalin por Vladimir Lenin.

Aqueles que defendem essa aliança, são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é).

Muitas vezes, somos nós, esposas, que somos chamadas a mostrar aos nossos maridos que eles podem estar errando. Isso é normal em qualquer casamento e um precisa ajudar o outro. No episódio de Fortaleza, eu fui apenas uma esposa defendendo o seu marido e a sua família de um homem que sempre nos atacou.

Peço aos meus enteados que me entendam e me perdoem. Não foi minha intenção contraria-los. Eu, assim como eles, quero apenas o melhor para o nosso herói, seu pai, meu esposo e o maior líder que esse país já teve - Jair Messias Bolsonaro".

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Eduardo Bolsonaro Michelle Bolsonaro Flávio Bolsonaro