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Monique Lobo
Publicado em 4 de maio de 2025 às 17:56
Os pais da atriz mirim Millena Brandão, de 11 anos, que teve morte encefálica declarada na última sexta-feira (2), após sofrer múltiplas paradas cardiorrespiratórias, criticaram o atendimento que receberam em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e em dois hospitais de São Paulo. >
Segundo a mãe, Thays Brandão, em entrevista ao G1, "os médicos ainda não disseram" o que realmente a menina teve e o que a matou. "Ficou um ponto de interrogação", completou. Ela e o marido, Luiz Brandão, também têm uma filha de 2 anos. >
Após sentir fortes dores na cabeça e na perna, e ter sonolência, falta de apetite e desmaios, a menina passou por uma UPA e dois hospitais. Inicialmente, os médicos pensaram que era dengue. Depois, identificaram uma infecção urinária. E por fim, suspeitaram de um tumor cerebral, ainda não confirmado. >
"Ela estava com dor de cabeça, mas andava e falava. O médico disse que era dengue, mas não fez exame. Disse para irmos com ela de volta para casa e darmos dipirona", contou a mãe sobre o início dos sintomas, no dia 24 de abril. >
Dois dias depois, ela não conseguiu desfilar em um evento por conta das dores. "A gente foi embora de novo para o Hospital Pedreira", revelou. Ainda segundo a mãe, os exames de sangue não apresentaram alterações e foi orientada pela equipe médica a retornar com a filha para casa para ela repousar.>
Na noite do dia 28, a criança desmaiou no banheiro. "Corremos para a UPA Maria Antonieta. Chegamos com ela desacordada nos braços do meu marido. Depois, abriu os olhos e recobrou a consciência", lembrou. >
Foram descartadas as doenças Covid-19, dengue e H1N1. “Mas disseram que ela estava com infecção urinária”, disse a mãe. "Ela colocava a mão na cabeça e gritava de dor", recordou. >
A mãe também revelou na entrevista que uma enfermeira teria zombado de Millena. “Falou para ela não gritar que a dor não ia passar assim”. No dia seguinte, a filha teve a primeira parada cardíaca. “O lábio ficou roxo. Depois a reanimaram e entubaram. A partir desse dia, ela não acordou mais". >
Por meio de notas, as secretarias da Saúde municipal e estadual de São Paulo informaram que vão apurar se houve alguma irregularidade no atendimento à criança. Não responderam, no entanto, qual foi a causa da morte.>