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Carol Neves
Publicado em 8 de agosto de 2025 às 09:50
A tensão entre parlamentares da oposição e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (8), após o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) criticar duramente a decisão do senador de não pautar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em tom provocativo, Nikolas afirmou: "Então serão dois impeachments", em referência à possibilidade de também pedir o afastamento de Alcolumbre. >
A fala do deputado foi uma reação à informação publicada na coluna da jornalista Roseann Kennedy, do Estadão, segundo a qual Alcolumbre teria afirmado, em reunião com líderes partidários, que não colocará em pauta o impeachment de Moraes mesmo que receba as assinaturas de todos os 81 senadores.>
A recusa gerou forte reação da ala bolsonarista no Congresso. Na terça-feira (6), senadores de oposição ocuparam a mesa diretora do Senado em protesto, mantendo o ato até a noite de quarta (7), como forma de pressionar pela tramitação do pedido. O movimento também foi uma resposta à prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada por Moraes, no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.>
Mesmo diante da mobilização, Alcolumbre seguiu firme em sua posição e decidiu manter o funcionamento da Casa por meio de sessões deliberativas semipresenciais, evitando a paralisação das votações no plenário. "O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento. Seguiremos votando matérias de interesse da população. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza", declarou o senador.>
Pesquisa>
Enquanto isso, fora do Congresso, o interesse popular pelo caso cresceu rapidamente. Dados do Google Trends indicam que o termo "impeachment de Moraes" atingiu o pico de buscas nesta semana, impulsionado principalmente por usuários alinhados à direita, após a ordem de prisão contra Bolsonaro.>
Segundo a ferramenta do Google, o último aumento expressivo nas buscas por esse tema havia ocorrido em setembro do ano passado, quando senadores também protocolaram um pedido de impeachment contra Moraes, sob alegação de crime de responsabilidade.>
Agora, com 41 assinaturas reunidas por parlamentares da oposição, o novo pedido de afastamento de Moraes está oficialmente protocolado, mas sem previsão de análise, já que cabe exclusivamente ao presidente do Senado decidir se o processo segue adiante ou não.>